quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Aos jagunços de Serra

Em homenagem ao atraso neoliberal dos anos FHC e ao seu legado (com direito a bonus de privataria e estagnação sócio-econômica) que o Serra quer reeditar, um pouco da poesia política de Chico Science:

Da Lama ao Caos
Chico Science
Composição: Chico Science & Nação Zumbi

Posso sair daqui pra me organizar (x2)
Posso sair daqui pra me desorganizar

Da lama ao caos, do caos a lama (x2)
o homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu vi um chié andando devagar
E um aratú pra lá e pra cá
E um caranguejo andando pro sul
Saiu do mangue e virou gabiru

Ô Josué eu nunca vi tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça
Peguei um balaio fui na feira roubar tomate e cenoura
Ia passando uma véia e pegou as minhas cenouras
"Aê minha véia deixa as minhas cenouras aqui
e Com a barriga vazia eu não consigo dormir"
E com o bucho mais cheio comecei a pensar
Que eu me organizando posso me organizar
Que eu desorganizando posso me desorganizar
Que eu me organizando posso me organizar

Da lama ao caos, do caos a lama
o homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos a lama
o homem roubado nunca se engana