quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Efeito colateral do bem
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Tom Wolf abre o verbo: Blog é fábrica de boato
Do Coletiva.net
O escritor e jornalista americano Tom Wolfe, 78 anos, cumpriu o que prometera: repetiu em sua palestra à noite, na Ufrgs, as ideias que havia apresentado à imprensa regional na coletiva que concedera à tarde no Hotel Intercity Premium. Despejou, para um Salão de Atos quase lotado, conceitos e reflexões sobre o que entende ser O espírito de nossa época, título de sua conferência em que pretendeu falar sobre as grandes mudanças que ocorreram nos Estados Unidos nos últimos 10 anos.
Disse que a revolução sexual se transformou em carnaval sexual, avaliou o que denomina de “Aristocracia do Gosto”, formada por pessoas com preferências mais refinadas na escolha de produtos culturais de difícil compreensão, como os textos de James Joyce e Marcel Proust, autores que não são absorvidos pelo que chama de “populacho”. Criticou a arte moderna, para ele uma combinação de falta de habilidade com falta de imaginação, e deu como exemplo a arte de Picasso, “que incluía em todos os seus quadros um fundo cinza porque não sabia como terminar suas obras”.
A conferência durou menos de uma hora, e o período para perguntas foi de 30 minutos, ambos prejudicados por uma tradução problemática. E foi somente durante os questionamentos que Tom Wolfe deu opiniões sobre o Novo Jornalismo, do qual é considerado um dos expoentes. “Os jornais estão muito preocupados com o que acontece atualmente”, disse. “Mas as dificuldades do jornalismo impresso atual não se devem a problemas com os meios disponíveis, e sim ao monopólio. Quando cheguei a Nova Iorque, havia lá sete jornais diários. Hoje são dois, e em muitas cidades importantes do país só há jornais online. O problema do jornalismo atual é que falta concorrência, e o resultado é que temos menos notícias”
Conteúdos na internet ele vê com restrições: “O problema é que cansa ler durante muito tempo em uma tela de Led. Você enlouquece com tanto o que tem para ler na internet”. Outro aspecto que destacou é que nenhuma empresa, em seu entendimento, ganhou ao disponibilizar conteúdo de suas publicações na web. “Assim, tudo está ainda no ar, mas o certo é que os jornais estão muito assustados e demitindo gente. Mas eles mesmos estão se matando ao diminuir a qualidade do que fazem.
O jornalista norte-americano não vê nenhum valor no noticiário gerado pelas emissoras de televisão. “A única fonte de informação séria nos Estados Unidos é aquela que se lê no jornalismo impresso. A televisão, quando divulga alguma notícia quente, a gente logo pergunta: de que publicação tiraram istso?”, criticou Wolfe. Que também tem péssima opinião a respeito de blogs, que seriam “fábricas de rumores, as maiores que existem. Para os blogueiros, o conceito de checar os fatos nem lhes passa pela cabeça”.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Eles que são "brancos" que se entendam
"O Serra diz que quer ser candidato, que será candidato, que pode ser candidato, e o partido parece não ter nada a ver com isso. É um populismo descarado. Lembra os piores caudilhos. Um caudilho do passado apontava o dedo para o candidato. Agora o próprio candidato aponta o dedo para si".
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Mais um prêmio...
Brasil é primeiro colocado em ranking internacional de combate à fome
Da Agência Brasil
Segundo o diretor internacional da Action Aid, Adriano Campolina, o principal motivo para que o Brasil seja o líder do ranking foi o fato de 10 milhões de pessoas terem saído da pobreza extrema nos últimos anos. De acordo com ele, o Brasil conseguiu a redução combinando o crescimento econômico com políticas de combate à pobreza e agricultura familiar.
"A fome é um fenômeno muito complexo, você não consegue acabar com ela imediatamente. Mas a redução do Brasil foi extremamente substancial, não só rápida como sustentada. Foram políticas coordenadas que deram ênfase à transferência de renda e ao mesmo tempo à agricultura familiar e à produção sus tentável", destacou Campolina.
Amanhã (16), quando terá início em Roma a Cúpula Mundial de Segurança Alimentar, promovida pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a ONG pretende entregar o prêmio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele participa da abertura do evento e deverá apresentar as experiência brasileiras que conseguiram reduzir a subnutrição no país como o Bolsa Família, o Fome Zero e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Baixou o nível
Inutilmente, após tentar me identificar como professor para o "militante", acabei folheando o panfleto do candidato à Presidência Estadual da entidade, Lauro Schuch. Pois bem. Sem entrar no mérito das graves acusações ali contidas contra o Presidente da OAB Rio Wadih Damous - não sou da classe e não me interessa apurar a veracidade das "denúncias" - aquele panfleto sim é um exemplo de como não se deve se portar em campanha para qualquer instituição.
Ah, sobre a história e as propostas de Dr. Lauro, nem uma linha...
Cenas cariocas
Os gladiadores do choque da guarda pretoriana de César Maia, treinados pelo Cel Amêndola continuam na ativa, agora "sob nova direção", a serviço do ex-pupilo renegado que responde pelo Executivo da Cidade Maravilhosa e de seu soldado Betlhem.
No fim da manhã de sexta-feira, com o auxílio da polícia civil, promoveram operação na Rodoviária Novo Rio que deteve de forma truculenta e vexaminosa grande contingente de envolvidos em "bandalhas" e transporte irregular, vulgo "alternativo", naquele terminal.
Pra baixo todo santo ajuda
A propósito, a rodoviária do Rio está mesmo um brinco após a reforma. Mas, como nada é perfeito, no primeiro piso, à esquerda dos sanitários, há uma pilha de degraus da escada rolante que encontra-se desativada - não é uma instalação de sucata. Parece que o reparo desta escada ficou pra próxima reforma! Quando será? Pensando bem, para o acesso ao segundo piso há uma escada rolante funcionando. Quem quiser descer vai de escada comum mesmo. Pra baixo todo santo ajuda!
A importância da higiene
Não deixa de ser divertido o cartaz realçando a importância da higiene afixado na parede de um excelente restaurante de peixes no centro de Niterói. É que, a despeito da maravilhosa cozinha, a casa costuma demandar frequentadores ilustres com pedidos de auxílio frente a pendências com a vigilância sanitária daquele município.
Mais ficção
Pois agora sua curiosidade pendia para a histórica edição que findava uma coleção – a mais antiga – que, à parte a tradição, lhe parecia especialmente interessante no período estudado: o início do ocaso do esplendor daquela “civilização”. A data: 15 de novembro de 2009. Uma data simbólica, histórica para a Federação e para aquele triste ente, no epílogo dos dias da glória que poucos puderam desfrutar.
A coleção em questão, que subitamente – uma consulta aos arquivos virtuais da Google revelaria que não tão subitamente assim – se encerrava era diferente das outras no olhar sobre a realidade local no início do século XXI. Ele não sabia bem classificar esta diferença, às vezes mais ou menos sutil. Mas havia mais, digamos, equilíbrio no registro dos fatos. É bem verdade que nos últimos meses, em função do iminente risco revelado pela pesquisa virtual nos blogs do emirado no mesmo período, esta objetividade eventualmente fraquejava – como observado por um atento e cáustico cronista virtual que naquele momento também já anunciava o próprio fim. Contudo, não havia ali o pendor militante e as diferenças surreais identificadas na comparação entre o registro dos mesmos fatos nas publicações às quais eram atribuídas maiores tiragens no período.
Achara uma nova questão, quem sabe uma nova hipótese? Perderia mais tempo no trabalho, mas sua curiosidade não teria como ser negligenciada. O que teria motivado a denúncia da subvenção historicamente destinada ao periódico às instituições de salvaguarda do direito difuso num ano eleitoral? Seria essa uma questão de direito difuso? Por que a soberana da dinastia local recém restaurada no poder teria sido tão célere na substituição do periódico por uma burocrática publicação de atos oficiais de seu reinado? A quem interessava calar vozes inteligentes e independentes naquela planície?
Crônica publicada na edição de hoje da Folha da Manhã.
As Teses de Lula
domingo, 15 de novembro de 2009
Da Crítica das Armas às Armas da Crítica
"1. O capitalismo brasileiro é um experimento bem sucedido. (...)
2. A crise de 2008 serviu-lhe como duro teste, quando ficou comprovada a sua solidez. Do êxito da sua estratégia de defesa face à crise, resultaram tanto sua consolidação no plano interno quanto oportunidades para se projetar no mundo exterior. (...)
4. Não se pode, entretanto, ignorar que a crescente mobilização de recursos e fins da política para a condução da economia já indicam uma via de capitalismo politicamente orientado, velha conhecida da tradição republicana brasileira, a partir da qual, em conjunturas diversas _ a de Vargas, a de JK, e a do regime militar _ realizou-se o processo de modernização do país.
5. Se já havia elementos embrionários desse processo, aparentes em particular no segundo mandato do governo Lula, a crise, que denunciou a incapacidade do mercado de se autoregular, ao trazer de volta o tema do Estado e do seu papel como agência organizadora da economia, atualizou, imprevistamente, o repertório da tradição republicana brasileira. (...) A mobilização de tal repertório tem ignorado a crítica que lhe foi feita pelos movimentos democráticos e populares, no curso de suas lutas contra o regime autoritário, consagrada institucionalmente na Carta de 1988, que, ao preservar a instância do público como dimensão estratégica, submeteu-a ao controle democrático da sociedade.
6. A apropriação repentina desse repertório pela esquerda que se encontra na chefia do governo, que, antes, com a teoria do populismo e com a denúncia da natureza patrimonial do Estado, foi uma das suas principais críticas (...) parece significar, por ora, mais uma mudança provocada por motivos contingentes do que fundamentada em razões programáticas. Contudo, devem-se ter presentes os riscos e que tais práticas alcancem o enunciado e um discurso coerente. (...)
12. Por toda parte: centralização, verticalização. (...) Não é bom presságio para a democracia brasileira se apresentar sob a retórica de significar uma comunidade fraterna quando se encontra envolvida em uma política de vocação grã-burguesa. Como também não é o fato da sociedade, em sua diversidade, se deixar subsumir ao Estado, conferindo à liderança de um chefe de governo carismático a tarefa de cimentar a unidade dos seus contrários. Estamos conscientes dos riscos aí envolvidos? A pergunta deve incluir como destinatários os principais atores políticos que estão a dirigir esse processo.
13. É falso e anacrônico conceber a próxima sucessão eleitoral como a reedição dos embates entre a UDN e o PTB. Estado forte, sim, mas sob o controle da sociedade, e não sobreposto assimetricamente a ela."
Crônica de uma morte anunciada
Não há como não deixar de parafrasear o escritor e jornalista colombiano - Gabriel Garcia Márquez – e utilizar como título de minha crônica a obra consagrada deste brilhante autor.
Nem há, como também, ficar indiferente e usar o velho chavão : “ A única certeza desta vida é a morte”.E eis que o “paciente” sabia que iriam adoecê-lo e ,quem sabe, até levá-lo a fenecer .Apesar da idade avançada gozava de uma saúde de ferro de causar inveja aos mais novos.
Viril, pontual, atualizado, culto ,simples, popular, sempre foi figura querida e estimada por onde passava. Tinha assunto para um dedo de prosa ou verso com qualquer classe social: do operário ao intelectual. Mesmo vestido em trajes sóbrios , sua elegância ímpar o fazia circular por salões suntuosos e nos mais simples ambientes de festa.
Esteve sempre presente ao que se passava a sua volta: quer seja no seu quintal, no seu município, no seu país e até no mundo a tudo estava atento .Observador contumaz ,analisava os fatos e com firmeza e lisura deixando patenteada a sua opinião.
Versátil, sabia dialogar sobre política, meio ambiente, educação, cultura, arte, saúde, esportes, economia,lazer, gastronomia, tecnologia, viagem, acontecimentos policiais ou sociais .
Amigo, recebia em sua “casa” a todos com o mesmo carinho e hospitalidade: quer os seus membros efetivos como os visitantes. A “mesa” sempre posta com um cafezinho tirado na hora complementado de saborosos pães representava o verdadeiro alimento da alma.
Vivia assim: firme em seus propósitos, consciente do seus deveres, trabalhando com honradez na missão a ele outorgada.
E foi, que possuindo tantos predicados começou a incomodar. Como herói da resistência começou a ter que administrar adversidades. Passaram a lhe dar doses homeopáticas de desânimo, tristeza, desamor, incompreensão, fraqueza, disputa de poder e com as forças por um fio adoeceu... e morreu.
Com o coração enlutado despeço de você – MONITOR CAMPISTA - neste domingo, relembrando os tantos domingos que abrigou meus textos literários.
Artigo publicado na edição histórica de hoje do Monitor Campista..