quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Efeito colateral do bem
Uma série de trabalhos científicos recentes (como do economista Naercio A. Menezes Filho do Insper e da USP) sobre os impactos do programa Bolsa Família na economia comprovam: além dos efeitos diretos planejados o Bolsa Família gera efeitos colaterais virtuosos para o conjunto da economia. Uma das conclusões atualmente publicizadas é que, o acréscimo no valor dos benefícios pagos, entre 2005 e 2006, de RS 1,8 bilhão, resultou num crescimento adicional do PIB, no período, de R$ 43,1 bilhões. Resultou também em receitas tributárias adicionais de R$ 12,6 bilhões. O ganho tributário é 70% maior do que o total de benefícios pagos pelo Bolsa Família em 2006, que foi de R$ 7,5 bilhões. Segundo as estimativas de Menezes, um aumento de 10% no repasse médio per capita do Bolsa Família leva a uma expansão de 0,6% do PIB, no ano em que ocorre o aumento e no seguinte. Em outras palavras, ou melhor, em outros números, cada R$ 0,04 do Bolsa Família aumenta o PIB em R$ 1. O setor mais positivamente impactado é o da indústria. Enquanto no PIB agrícola cada 10% a mais nos repasses do Bolsa Família não apresenta impactos significativos, o efeito nos serviços é de 0,19% no PIB setorial. No PIB industrial, onde o impacto é maior, efeito multiplicador de cada 10% adicionais nos repasses do programa atinge expressivos 0,81%. Viva o keynesianismo lulista!
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