quarta-feira, 16 de abril de 2008

Muito trabalho.

Agora há pouco voltou a chover em Campos. Imagens nos blogs do Roberto Moraes e do Ricardo André (Eu penso que...) - ver links ao lado - mostram prejuízos causados pelo temporal da última madrugada. Houve vitmas hospitalizadas e a cidade ficou submersa pela manhã.
A incompetência de Mocaiber deixa triste herança. Os cidadãos não concebem como uma cidade que tem um orçamento de R$ 1,5 bilhões e uma topografia tão favorável não consegue investir em infra-estrutura para minorar os efeitos das chuvas, apesar de tantas "obras emergenciais" sem licitação.
Roberto Henriques e o próximo Prefeito a ser eleito em Outubro terão muito trabalho para arrumar a casa.

Os caminhos de Roberto Henriques...

O Prefeito em exercício Roberto Henriques voltou da estrada, quando se dirigia ao Rio para Audiência com o Governador Sérgio Cabral. Bem ao seu estilo, priorizou estar a postos frente aos problemas que o temporal da madrugada causou ao município. Engraçado é que a caminho do trabalho, comentava com o taxista que tinha certeza que o Prefeito passaria o dia de hoje cobrando de seus auxiliares e secretários providências imediatas com relação ao contexto. O Wellington ponderou que havia ouvido uma entrevista dele no rádio, onde ele dizia estar se dirigindo à capital para o encontro com o Governador. Aí me lembrei da agenda e disse brincando: "Os secretários se livraram de uma, se não iam trabalhar hoje mais que o normal!"
Agora há pouco, ao acessar a rede, li no indispensável blog do Roberto Moraes a informação de que, fiel ao seu perfil, frente a algumas informações, RH deu meia volta e tornou a Campos, adiando o encontro com Sérgio Cabral, que pode ser fundamental para a sua sucessão.
Já comentei aqui observações sobre a deselegante conduta do PMDB campista com o Prefeito, seu filiado, e sobre as indefinidas relações entre esse e o Presidente Estadual da legenda, mas acho que Roberto Henriques ainda não tem definida a forma de sua participação nas eleições de outubro.
Com sua habitual coerência, o craque Ricardo André escreveu há algumas semanas artigo onde defendia a não-participação de RH na sua sucessão. Mas o alinhamento com outro candidato(a) apresentado por seu partido pode ser ainda pior para Campos.
Sem dúvida, Roberto tem mais independência do que os outros nomes lançados pelo PMDB, e pode representar a possibilidade de ruptura com os métodos administrativos que caracterizam a Prefeitura local há 20 anos. Nenhum dos outros peemedebistas colocados no páreo podem simbolizar isso ou manter-se independentes do ex-Governador. A hipótese dele próprio ser candidato e o desafio lançado pelo Deputado Arnaldo Vianna (PDT) no sentido da disputa entre ambos, soa o mais deja vú possível.
Há nesse momento um sentimento na sociedade campista que vai em outra direção. No sentido do novo. Por meio de uma frente que pudesse aglutinar partidos e atores sociais em torno de uma efetiva alternativa de ruptura. Capaz de inaugurar um novo tempo na política local. Um novo modelo de gestão caracterizado pelo planejamento, pela ética, pela eficiência nas políticas públicas e pela participação popular.
A única forma possível de o PMDB se inserir nessa onda é sob a liderança de Roberto Henriques. Garotinho, por mais que insista em desempenhar o papel de crítico do modelo apodrecido está irremediavelmente associado ao mesmo. E essa identificação é feita pela sociedade, em todos os seus segmentos.
Se mantiver sua independência, governar de forma inovadora e atrair seu partido para a alternativa representada por sua própria candidatura, RH pode simbolizar o forte sentimento difuso que clama pelo novo. Ou, do contrário, permitir que o PMDB represente apenas uma variável de mais do mesmo.

Crivella coerente!

Venho acompanhando atentamemnte o debate entabulado sobre a discussão dos critérios de distribuição dos royalties do petróleo pela CAE (Comissão de assuntos econômicos) do Senado, na blogosfera campista.
Não há dúvida que os critérios que determinam os royalties são questionáveis e até mesmo poderiam ser classificados de inconsistentes. O meu amigo Prof. Rodrigo Serra, carioca, demonstra isso com clareza em seus textos. Não nego que haja sentido na ação em curso no Congreso - embora haja também oportunismo da parte do Senador Mercadante que apenas se debruça sobre o tema pois SP e sua Santos estariam excluídos das receitas relativas ao Campo de Tupi pelas "ortogonais" que atualmente definem as faixas geográficas a serem favorecidas pelos royalties.
Na verdade, os critérios em debate foram estabelecidos nos anos 80 em função de uma circunstância POLÍTICA, como uma compensação para o prejuízo que a cobrança do ICMS no destino do petróleo (área de refino) trazia ao RJ! Por isso, é coerente a posição do Senador Crivella, que defende a contextualização desse debate na Reforma Tributária.
O que motiva meu posicionamento "bairrista" no debate é o fato de que não acho razoável que campistas ou radicados aqui embarquem num discurso que trará prejuízo a nossa cidade. O fato de políticos terem destruído nosso passado recente ao longo da última década não justifica que façamos coro pela destruição de possibilidades para nosso futuro. Isso é haraquiri, é tiro no pé! Quanto aos acadêmicos, e representantes dos interesses de outros entes federativos, estão no seu direito, e devem ter suas razões.
Acho que ainda que, talvez, se esteja subestimando o peso do Governador Sérgio cabral nesse debate. Este tem se esforçado para manter uma imagem de proximidade e lealdade à LULA. Deve ter algum crédito na defesa de seus interesses, visto que o Estado perderia ainda mais do que os municípios com a "tesourada" anunciada!
Por fim, quero lamentar a conduta do Senador Mercadante, que ontem, durante a Audiência da CAE, ironizou o Diretor da ANP Haroldo Lima, mas que um dia também já se disse socialista, e hoje porta-se como um vassalo dos interesses voltados para a perpetuação da concentração econômica em SP. Ele se parece muito com Serra e FHC!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Alento.

Com tanta notícia ruim, o alento do dia é o movimento dos estudantes da UNB! Abril de 2008 vai ficar na história da Universidade que já foi a "casa" de vultos como Darcy Ribeiro e Cristovam Buarque. A mobilização e a força de suas convicções conduziram sua luta a vitória, que eles - ainda não "contaminados" pelo pragmatismo - ainda consideram parcial. E seguem com a ocupação da Universidade, em defesa de suas idéias.
Belo exemplo para nós, trabalhadores da rede estadual de educação, categoria que um dia também já se levantou contra o descaso com a a educação pública, e em defesa de sua dignidade profissional. Mas assim como Luciano D'Angelo, Godofredo Pinto, Italo Moriconi, a saudosa Ivete Marins e outros líderes do CEP, as atuais lideranças estudantis da UNB devem ter mais poder de articulação que a direção do SEPE/RJ!

É o pior DR do Brasil!

Não é só em Campos que o PT se expõe a trapalhadas político-eleitorais que comprometem a dimensão nacional que o Partido tem hoje.
Seguindo a tradição do Diretório Regional fluminense, costumeiro desastrado na condução de táticas eleitorais, o PT de Niterói, rachado, definiu ontem a candidatura do Deputado estadual Rodrigo Neves à Prefeitura da cidade por uma diferença de 23 votos - menos de 1% do total de votos.
O resultado é uma derrota política interna para o Prefeito Godofredo Pinto e praticamente inviabiliza a manutenção do partido à frente daquela Prefeitura, dada ao grande índice de rejeição do candidato vitorioso nas prévias.
Inconcebível a forma como dirigentes regionais, nacionais e parlamentares do partido, além da Secretária de Estado Benedita da Silva, interferiram no processo local. O prestígio de um quadro do CNB foi colocado à frente do interesse partidário em manter suas políticas no município - vide o êxito da Secretaria de Saúde no combate a dengue.
É por isso que observamos passivos a sequencia de insucessos do PT em interferir decisivamente de forma a alterar a mesmice da política no Estado. O Deputado Rodrigo, cujo estilo me lembra muito um destacado político campista, tem a cara do PT estadual!

Sem chororô!

Devidamente cobrado pela torcida "arco-íris" formada pelos meus alunos não-flamenguistas do Alpha frente ao resultado do rubro-negro na semifinal da Taça Rio, repeti de bate-pronto o "Jatolá!" manifestado aqui há semanas com a colaboração do Gustavo Lopes e do Thiago.
O Flamengo era o único dos semifinalistas que podia perder e perdeu quando podia.
Aqui não tem chororô, perdeu porque jogou mal e não repetiu a boa atuação do Peru. Foi o Flamengo que empatou com os reservas do Madureira que entrou em campo!
Mas digo quem em clássicos como Flamengo X Botafogo ou Fla-flu, é difícil que qualquer um dos clubes perca seguidamente partidas em sequencia. É bom lembrar que o Fla perdeu as últimas partidas contra o Botafogo e o último Fla-flu. Será que vai perder mais duas?? Duvido!

Coerência?

Fiquei ontem até tarde esperando a aparição de Bebeto de Freitas ou de algum dirigente do Botafogo em alguma "mesa redonda" para comentar a arbitragem de Péricles Cortez. O sujeito de fato não interferiu no resultado da partida e o Flamengo não mereceu melhor sorte. Mas foram marcados dois impedimentos duvidosos contra o Flamengo - um de Renato Augusto e outro de Marcinho - quando a partida ainda não estava decidida e o "penalti" marcado dispensa comentários! O silêncio faz supor que os botafoguenses consideraram os lances simples "erros de arbitragem". Mas quando os mesmos erros acontecem contra sua equipe é má fé! Há de se ter coerência.O mesmo vale para o falante Túlio, apologista do fairplay, que aos 37' do 2º tempo, com o jogo definido a seu favor, entra acima da linha da bola para quebrar seu companheiro de profissão. Ora senhores, sejamos coerentes ou não me venham com chororô!

Jogo jogado.

Apesar das diversas especulações sobre as relações entre o Prefeito em exercício Roberto Henriques e o Presidente Estadual do seu partido, o jogo continua sendo jogado com prudência, o que sugere o bom senso à luz do calendário.
Afastado de forma deselegante pelo PMDB da sua própria sucessão, RH mantém o sangue frio. Por sua habilidade reconhecida e talvez por ter muitos problemas a resolver para se dedicar ao debate sangrento e rasteiro que caracteriza o estilo do ex-Governador - prontamente aceito pelo Presidente da Câmara Municipal. Além disso, é fato que o PMDB do G tem um potencial eleitoral cristalizado nas últimas candidaturas de Pudim à Prefeitura. Roberto Henriques não abriria mão precocemente deste espólio associado a seu próprio partido, se avalia que há alguma chance de reverter o vaticínio publicado na edição de sexta-feira d'O Diário - é bom lembrar que tem agenda esta semana com o Governador Sérgio Cabral. Aliás, o "fato novo" que traz hoje este matutino é o acréscimo do nome de Garotinho à lista de pré-candidatos, que mantém marginalizado o Prefeito interino. Me parece risco total, com possibilidade de haraquiri da parte de quem tem projetos tão ambiciosos na política nacional.
Contudo, Roberto é coerente com sua história e não permite à Garotinho exercitar seu hábito de impor sua vontade em seu governo. Além de articular a governabilidade com a Câmara ("Babilônia" incansávelmente atacada pelo ex-Governador - ao que parece não sem razão neste caso) RH se esquiva de constrangimentos que este ameaça lhe causar. Como fez ao atacar a Secretária de Saúde demissionária, Dra. Carmem Célia e ao pedir as cabeças de Rockefeller de Lima e de Sivaldo Abílio no sábado, no ar em seu Programa de rádio. Em ambos os casos, Roberto não se submeteu à sua vontade.
Ouvi de um interlocutor próximo a RH que este não se dobrará ao controle do Presidente Estadual do PMDB. Isso é coerente com sua história. Resta saber até quando as partes vão manter o sangue frio e a cordialidade manifestada na longa entrevista concedida pelo Prefeito à Garotinho no Programa de sábado na Diário FM.