sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O PROFETA EM SUA TERRA (por Leminski)

Jerusalém, urgente — Na tarde de ontem, alguém que atende pelo nome de Jesus invadiu as dependências do Templo, agredindo e expulsando toda a casta de vendedores que ali exercia seu ofício.


O lunático, galileu pelo sotaque, entrou, subitamente, chutando as mesas dos mercadores de pombas e outros animais destinados ao sacrifício. Na confusão que se seguiu ao incidente, entre as moedas que rolavam pelas escadas, gaiolas quebradas, pombas que voavam, acorreram os guardas, que não conseguiram deitar as mãos no facínora.


O tal Jesus desapareceu no meio da multidão, que o acoberta, porque nele acredita ver um profeta. A reportagem apurou que o referido é natural de Nazaré, na Galiléia, filho de um carpinteiro.


Arrebanhou inúmeros seguidores entre os pescadores do Mar da Galiléia. Dizem que opera milagres. E descende, por linha direta, do rei Davi.


Entre os seus, fala aramaico, dominando, porém, o hebraico dos textos sagrados, que cita com frequência, chegando mesmo a discutir com os doutores da lei, fariseus e saduceus. Muitos vêem nele o Messias. As autoridades estão prontas para fazer frente a qualquer nova alteração da ordem provocada pelo tal Jesus ou por seus seguidores.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Bandalha legal?

Alô EMUT!
Em Campos até ônibus legalizado faz "bandalha".
É normal que neste período de festas haja engarrafamentos e confusão no trânsito nas principais vias públicas. É assim nas grandes cidades e Campos não é mais uma cidade pequena.
É preciso que passageiros e fiscais das empresas tenham paciência e compreendam atrasos eventuais nestas ocasiões. É inadmissível que por conta própria, empresas ou motoristas decidam alterar os itinerários das linhas para "cortar caminho" e fugir do trânsito pesado. Este blogueiro, usuário do transporte coletivo, viveu esta experiência duas vezes esta semana ao utilizar coletivos das empresas Siqueira e Progresso. É possível que a prática se estenda a outras empresas e mesmo que não haja orientação e controle destas sobre motoristas neste sentido. Mas é preciso que a fiscalização da EMUT observe e coiba esta prática, preservando o itinerário das linhas locais.

Desrespeito

Antes se punha a culpa no governo...
Pois bem, a economia funciona e o mercado agradece. Milhões foram incluidos no consumo e a indústria e o comércio se preparam para atender à demanda. Esta é um Natal que certamente entra pra história como um marco na circulação de bens e serviços. Papai Noel vai chegar para um número maior de brasileiros.
Contudo, se o setor produtivo e a renda gerada por este faz bonito, o mesmo não se pode dizer do sistema financeiro!
Boa parte do dinheiro que movimenta o comércio neste período de festas circula na forma de crédito, de ganhos indiretos, como tickets eletrônicos ou pelo débito automático.
A rede mastercard no início da tarde de hoje frustrou milhões de consumidores e causou prejuízo a milhares de varejistas. O sistema sofreu uma pane. Não eram realizadas transações de venda com cartões de crédito, débito e tickets. Tudo por que não se planejaram para promover avanços tecnológicos que adequassem sua capacidade de atendimento à demanda do período. Não é de hoje. Há anos a rede visa funciona melhor que a concorrente, que sempre apresenta este problema neste momento de grande importância para o comércio. Eu só não deixei de comprar duas garrafinhas de vinho para a ceia porque um velho amigo me concedeu a velha modalidade de crédito "assinando na nota".
É triste constatar que no novo Brasil, onde mais trabalhadores podem consumir e que a indústria e o comércio se adequam para atender a demanda, quem mais ganha é quem menos apresenta bons serviços aos usuários, sejam eles consumidores ou lojistas, que pagam caro para oferecer tais serviços aos clientes.
A mastercard pode servir "para tudo na vida" como diz seu marketing, mas para isso precisa planejar e investir para funcionar bem quando seus usuários mais precisam.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mudou o cante!

Nem só das já habituais piruadas em polêmicas internas do PT, da bajulação "agradecida" ao júnior cabral e do ataque sistemático a "desimportantes" blogueiros locais vive a linha editorial de um "importante" jornalão local...
Observadores atentos verificaram nos últimos dias um sistemático aumento da presença da Prefeita Rosinha e de seu governo nas páginas do periódico. No lugar das até aqui constantes críticas e ataques à gestão, destaque e até referências elogiosas, inclusive sugerindo a aprovação do governo numa auto-avaliação da própria chefe do executivo.
Também foi notada a presença constante dela na emissora de TV local ligada ao mesmo grupo.
O que será que haveria mudado nesta linha editorial?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Lamentável desfecho

É mesmo questão de tempo o anúncio da desistência de Lindberg Farias em disputar o governo do estado.
Cumpre lamentar a decisão da cúpula do governo federal que elimina a chance de projetar uma nova liderança popular no pobre cenário político fluminense.
Pelo jeito, o prestígio de júnior cabral no famigerado e oportunista "aliado" que lhe empresta - ou aluga - a legenda deve mesmo andar em alta. Tudo indica que foi grande a pressão para garrotear a candidatura do Prefeito de Nova Iguaçu em favor do apoio petista ao desgoverno em curso no rio de janeiro. Deve ser assim, com letras minúsculas, que os companheiros do Planalto vêem este ente federativo, mais uma vez sacrificado em nome de um legítimo projeto nacional. Contudo, por mais que apoiemos e nos orgulhemos deste projeto e façamos a sua defesa, é duro conformar-se com a decisão que se justifica mediante o argumento "É o melhor pro Brasil!" Mas, e o Rio? "Paciência!" Enfim, pior pro Rio!
Será que os companheiros paulistas aceitariam ceder mais um mandato ao Serra em troca da garantia da eleição da companheira Dilma?
Bem sei que o raciocínio é simplista e despolitizado. Até mesmo pueril...
Mas o cidadão fluminense tem todo o direito de constatar que o desgoverno de júnior cabral é tão ruim quanto o de Serra em SP, apesar do primeiro gostar de bajular Lula...
Enfim, pobre Rio. Há de padecer mais quatro anos em função de conchavos palacianos?
A definição é constrangedora mesmo para o recém-eleito presidente do PT estadual, Deputado Federal Luiz Sérgio, que ensaiva endurecer o discurso e a negociação frente a arrogância e a inabilidade de júnior cabral - que aparentemente agiu ciente do enquadramento a ser imposto à este Diretório Regional. E desastrosa para as perspectivas de crescimento das bancadas parlamentares do PT do Rio na Câmara Federal e na ALERJ.
Mas o pior de tudo é a castração da possibilidade de algo novo na política fluminense. Desta vez não se esperará o Encontro Estadual. O rodo é mais sutil e silencioso, provavelmente mais eficiente. Mas já vimos este filme antes. Há uma sensação de déjà vu nos petistas fluminenses. O favorecido de outrora talvez seja prejudicado agora. Mas ambos os ungidos - aliados durante todos os oito anos de gestão da dinastia que antecedeu o mandato em curso - se parecem muito...
Quem perde mesmo é o cidadão fluminense e seu sonho de um governo melhor!