sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lula verbaliza a frustração do mundo

O Presidente Lula acaba de surpreender o mundo ao discursar na COP 15, a cúpula mundial que discute as possíveis soluções para os graves problemas climáticos do mundo. O plenário do evento, que acontece na Dinamarca, acompanhou com atenção e entusiasmo o discurso de improsivo (e por isso mais autêntico) e indignado de Lula. Declarando-se frustrado com as tentativas de acordo até aquele momento, o presidente brasileiro re-afirmou: "Todos nós poderíamos oferecer um pouco mais se tivéssemos assumido boa vontade no último período. Todos nós sabemos do que é preciso para manter o compromisso das metas e o compromisso dos financiamentos. Temos que manter os princípios adotados no protocolo de Kyoto. Temos reponsabilidades comuns. (...) Gostaria de sair daqui com o documento mais perfeito do mundo, mas se não conseguimos fazer até agora não sei se algum anjo ou algum sábio descerá nesse plenário e colocara na nossa cabeca a inteligência que nos faltou até agora. (...) A questão não é apenas dinheiro. Os países em desenvolvimento e os ricos não devem pensar em dinhero como favor, não pensemos que estamos dando esmola, porque o dinheiro que será colocado na mesa é o pagamento pela emissão de gases de efeito estufa feita durante dois séculos por quem teve o privilégio de se industrializar primeiro. (...) É necessário mostrar ao mundo de que com meias palavras e com barganhas a gente não encontraria uma solução dessa conferência. (...) Estamos dispostos a participar do financiamento se nos colocarmos de acordo aqui em uma proposta final, mas não estamos de acordo que as figuras mais importantes do planeta Terra assinem qualquer documento para dizer que assinamos." Logo em seguida da fala do nosso Presidente, Obama apareceu com toda pompa e circunstância para decepcionar novamente: a proposta norte-americana só contempla 10% daquilo que a ciência exige!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Aécio "pede pra sair"

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, declarou nessa tarde (17/12/2009) a sua desistência da disputa pela candidatura à presidência em 2010. Em nota oficial lida em companhia do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, Aécio tentou "explicar" de modo quase poético a sua incompetência na luta interna: não conseguir convencer seus pares de sua viabilidade político-eleitoral, apesar de sua fama de grande "aglutinador" político. Uma operação um tanto quanto capciosa e delicada, pois a fraqueza da derrota para Serra teve que servir de demostração de força regional para o projeto partidário nacional. Do ponto de vista pragmático, a maior dificuldade será traduzir esse recuo estratégico para o frustrado eleitor mineiro (o 2º colégio eleitoral do Brasil) que reconhecia em Aécio o retorno de Minas ao protagonismo do jogo político nacional. Com esse novo movimento, o jogo da sucessão presidencial fica cada vez mais o próximo do ideal lulista: um plebiscito entre os governos FHC X Lula. Com a palavra, o neto de Tancredo Neves: "O que me propunha (era) tentar oferecer (algo) novo ao nosso projeto, no entanto, estava irremediavelmente ligado ao tempo da política, que, como sabemos, tem dinâmica própria. E se não podemos controlá-lo, não podemos, tampouco, ser reféns dele. Sempre tive consciência de que uma construção com essa dimensão e complexidade não poderia ser realizada às vésperas das eleições". E ainda, "Deixo a partir deste momento a condição de pré-candidato do PSDB à Presidência da República, (...). Busco contribuir, dessa forma, para que o PSDB e nossos aliados possam, da maneira que compreenderem mais apropriada, com serenidade e sem tensões, construir o caminho que nos levará à vitória em 2010."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Democratizar o Estado

Todos sabemos que a crise econômica mundial de 2008 é fruto direto da desregulação da economia e do minimalismo neoliberal. Essa datada agenda política, econômica e ideológica que aprisionou a imaginação coletiva e ditou os limites das políticas econômicas no mundo inteiro foi especialmente preversa para os países em desenvolvimento ou de capitalismo tardio. O que deve nos levar à construção de um novo consenso sobre o papel dos Estados nacionais. Pois é justamente o mapeamento detalhado das dimensões e potencialidades do Estado para a sociedade brasileira que é propiciado pelo brilhante estudo realizado pelo IPEA (www.ipea.gov.br) intitulado "Presença do Estado no Brasil: federação, suas unidades e municipalidades". Já na introdução, Márcio Pochmann denuncia a falsa oposição Estado X Mercado e reivindica a necessidade de se adotar uma perspectiva histórica sobre a questão.
Nas palavras dos autores: "É chegado o momento de entender que o econômico precisa ter metas sociais e que o social é parte essencial do econômico. Do contrário, uma sociedade fica condenada a oscilações sem sentido. Para atingir tais metas, o papel do Estado é essencial. É esta a preocupação, considerando o caso brasileiro, que motivou esta publicação." Tamanho esforço de fundamentar políticas públicas com conhecimento objetivo e sistemático da realidade social brasileira contrasta com o oportunismo simplório da cobertura da grande mídia. Tal má-fé militante cai no vexame quando as próprias reportagens sobre a pesquisa em questão trazem no seu corpo fatos demonstrativos da relevância do Estado e os títulos, chamadas e capas falam do "peso" ou "inchaço" da máquina (apesar da informações tabuladas atestarem a queda do nº de funcionários públicos com relação à população). É por isso que também é super oportuna a fala do professor Emir Sader (www.cartamaior.com.br): "Para uma política antineoliberal, que defende o interesse público, o Estado tem papel central, estratégico, nos planos econômico, político, social e cultural. Mas, para efetivamente desempenhar esse papel, como instrumento de um novo bloco social que dirija os destinos do Brasil e não apenas reproduza a predominância dos interesses dominantes, o Estado tem que ser radicalmente reformado, refundado em torno da esfera pública, desmercantilizando-se, desfinanceirizando-se, tornando-se um Estado para todos os brasileiros."

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ecos de Renato e conversas de Eduardo com palpites de um alcoviteiro.

O Brasil vive hoje um processo de democracia em construção, com cinco eleições nacionais realizadas pelo voto e a caminho de mais uma. Uma democracia que se inicia com a Constituição de 1988, que entre muitas conquistas, garante o direito da liberdade de imprensa.
Agora qual é o papel da imprensa, dos jornalistas nesse período em que vivemos. Informar, divulgar, trazer ao conhecimento da sociedade informações, mas de forma imparcial, fazendo com que o cidadão faça a sua própria análise. Infelizmente não é assim que alguns meios de comunicação vêm se portando e, em Campos não é diferente.
Um jornal local utiliza suas páginas, para fazer rodar a metralhadora das intrigas e da discórdia. Qual seria o papel desse jornal ao noticiar o Processo de Eleições Internas do PT? Noticiar o processo, entrevistar os candidatos, informar a população o resultado da eleição seria o mais sensato. Para esse jornal não! Eles se utilizam da velha lógica de venda da imprensa: notícia ruim repercute mais. Só que existe também outra lógica: Quem bate perde. E esse jornal só vem perdendo espaço na sociedade. Aí tiveram uma idéia, ou melhor, copiaram de muitos pelo planeta: Vamos fazer blogs. São mais rápidos, as pessoas gostam e são de graça. Mais a lógica continua: notícia ruim repercute mais.
A metralhadora do mal vai além do processo eleitoral. Faz intrigas com o intuito de denegrir a imagem de vários militantes históricos, acusando – os de métodos de covardia virtual. Opiniões e ações de um blogueiro não remetem a posição de outros militantes da mesma corrente política do Partido.
A comunidade interna do PT de Campos sabe melhor do que qualquer outra pessoa, a necessidade do diálogo interno para garantir a consolidação de uma alternativa para o cenário político que nossa cidade apresenta hoje. Não precisamos de alcoviteiros. Faça seu papel, informe, divulgue, noticie. O presidente eleito do Diretório Municipal, professor Eduardo Peixoto, sabe dialogar, é aceito pelas outras correntes, tem bagagem, e com certeza fará um belo trabalho nos próximos dois anos. Meu caro, pergunte se em algum momento ele foi vítima de alguma covardia de outras correntes? Garanto que não. Sabe por quê? Não é a nossa praia. No PT o diálogo vem em primeiro lugar, porque é ele que garante a democracia. De que adianta o voto se eu não posso dialogar?
Resumo da história: Um jornalista que nem filiado é, e adora dar palpites na condução do PT. Se quiser debater o PT se filia meu caro.
Ah! Não quer porque é mais fácil ser alcoviteiro.


Marcel Cardoso cursa Licenciatura em Geografia no Instituto Federal Fluminense, onde exerce a função de presidente do Diretório Central dos Estudantes.

Blogs, jornais e ética

Repercutiu recentemente na “blogosfera” local um texto do Frei Beto, sobre a blogueira cubana Yoani Sánches – referência da militância virtual anti-Cuba – identificando contradições e possíveis leviandades nos textos panfletários da ativista contra o governo de seu país. Como disse o Professor Maycon Bezerra de Almeida em seu blog – clique aqui para conferir – vale a pena a leitura do mesmo.
O texto citado me remeteu a uma reflexão que me ocupa a mais de dois anos, quando resolvi criar um blog pessoal na internet para publicizar minhas opiniões sobre diversos assuntos: sendo um blog um instrumento de mídia, até que ponto minha conduta “editorial” deveria se reportar aos padrões e a ética jornalística? Não sendo eu um jornalista, e sendo minha página pessoal e explicitamente destinada à expressão do pensamento meu e de meus colaboradores, qual meu compromisso com a livre manifestação do contraditório e a confirmação de versões a serem divulgadas no blog? Desde então tenho tentado cotidianamente equilibrar estas questões a partir do exercício da ética.
Essa proposta me impede de publicar ou mesmo de sugerir referências a fatos que não presenciei e a versões que reflitam o ponto de vista e a percepção apenas de um lado envolvido em determinada questão.
Penso que este debate é pertinente na medida em que jornais locais reproduzem tendência da imprensa de circulação nacional em manter blogs em seus espaços virtuais, as versões online. Em blogs de jornalistas, ou vinculados a órgãos de imprensa creio que deveria ser algo mais natural a reprodução de padrões éticos típicos da prática do bom jornalismo, como por exemplo, o procedimento de ouvir diferentes versões sobre um fato antes de tornar pública uma delas, de forma a causar prejuízo irreversível à imagem de terceiros. Um bom adendo ao debate sobre blogs, jornais, mídia em geral e coisas da pólis nesta planície.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O Presidente e o Imperador