terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Blogs, jornais e ética

Repercutiu recentemente na “blogosfera” local um texto do Frei Beto, sobre a blogueira cubana Yoani Sánches – referência da militância virtual anti-Cuba – identificando contradições e possíveis leviandades nos textos panfletários da ativista contra o governo de seu país. Como disse o Professor Maycon Bezerra de Almeida em seu blog – clique aqui para conferir – vale a pena a leitura do mesmo.
O texto citado me remeteu a uma reflexão que me ocupa a mais de dois anos, quando resolvi criar um blog pessoal na internet para publicizar minhas opiniões sobre diversos assuntos: sendo um blog um instrumento de mídia, até que ponto minha conduta “editorial” deveria se reportar aos padrões e a ética jornalística? Não sendo eu um jornalista, e sendo minha página pessoal e explicitamente destinada à expressão do pensamento meu e de meus colaboradores, qual meu compromisso com a livre manifestação do contraditório e a confirmação de versões a serem divulgadas no blog? Desde então tenho tentado cotidianamente equilibrar estas questões a partir do exercício da ética.
Essa proposta me impede de publicar ou mesmo de sugerir referências a fatos que não presenciei e a versões que reflitam o ponto de vista e a percepção apenas de um lado envolvido em determinada questão.
Penso que este debate é pertinente na medida em que jornais locais reproduzem tendência da imprensa de circulação nacional em manter blogs em seus espaços virtuais, as versões online. Em blogs de jornalistas, ou vinculados a órgãos de imprensa creio que deveria ser algo mais natural a reprodução de padrões éticos típicos da prática do bom jornalismo, como por exemplo, o procedimento de ouvir diferentes versões sobre um fato antes de tornar pública uma delas, de forma a causar prejuízo irreversível à imagem de terceiros. Um bom adendo ao debate sobre blogs, jornais, mídia em geral e coisas da pólis nesta planície.

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