sexta-feira, 18 de setembro de 2009

AVE CAMPOS !

Uma novidade para os interessados na História da nossa Cidade de Campos dos Goytacazes, especialmente, para os professores de História e Geografia.
Está na rede o blog Historiando a Cidade, fruto de projeto de extensão homônimo desenvolvido no IFF Centro e Guarus. Eis a declaração de intenções:


"O nosso objetivo é desenvolver e apoiar ações de Educação Histórica e Geográfica relativas à História da cidade de Campos dos Goytacazes.
Queremos exercitar e fortalecer perspectivas históricas para tratar o local/regional. Para isso, serão disponibilizados para download algumas obras e roteiros de atividades sobre a História da cidade."

Uma das primeiras obras disponíveis para baixar é essa aí acima. A partir do texto serão sugeridas algumas atividades para serem realizadas nas escolas de ensino médio e fundamental.
Trata-se de um espaço de troca de sugestões e experiências educativas em torno da História da nossa cidade.

Passem por lá e levem convidados.

Bom programa!

Desde o dia 06, quando tive o prazer de asistir a essa peça no Teatro de Bolso, os compromissos e uma certa indolência na edição dessa página - e aqui peço desculpas aos mais assíduos leitores prometendo mais uma vez melhorar a dinâmica das postagens - impediram esse registro que planejei assim que saí do espetáculo.
Quis o "destino" - certamente há uma razão que este blogueiro ignora, na expectativa que seja o merecido sucesso! - me dar mais uma oportunidade de elogiar a montagem e indica-la a quem ainda não conferiu, especialmente os profissionais da educação! A temporada foi prorrogada e segue nesta semana.
Adriano Moura mais uma vez acerta a mão a registrar com humor bem dosado a nem tão engraçada realidade da nossa categoria. Mas não o faz de forma a sugerir um professor/educador "coitadinho". Nosso papel não é só o de vítima, ou melhor, não somos as únicas vítimas. E assim o protagonista do monólogo, a pedagoga também incorporada por Yve Carvalho, e outros personagens que aparecem no texto revelam facetas que por vício ou em legítima defesa também acabamos por manifaestar, e que compõem o grande e tragicômico drama da educação - que é bom que se diga, não se restringe à rede pública, muito pelo contrário! Realidade também presente no texto.
Tudo isso sob a direção do craque Kapi.
Se você é profissional da educação, imperdível!
Pra se divertir, refletir e...
Até domingo, no TB. Hoje às 20:00, no fim-de-semana às 21:00.

A guerra que não sai de nós

O homem é um animal que faz guerra, somente nos últimos três mil anos foram cerca de quinze mil conflitos segundo relatório da UNESCO. O International Crisis Group é uma organização independente que monitora conflitos em todo o mundo e informa no seu relatório deste mês que há pelo menos setenta regiões no mundo onde há conflitos correntes ou potencial para seu desenvolvimento. Não aprendemos com os desastres de ontem a dissuadir o ímpeto belicista de hoje.

Completamos neste setembro setenta anos do início da segunda guerra mundial o mais intenso destrutivo e traumático conflito que a humanidade produziu, seus efeitos e fantasmas ainda estão nos assombrando. O gigantesco volume de páginas que já foram escritas sobre o tema torna qualquer abordagem muito suscetível a redundância. Dos aspectos militares até as interpretações psicanalistas dos líderes envolvidos, passando pelas polêmicas teóricas sobre a natureza da guerra existe muito para ler sobre os anos que incendiaram o mundo. Naturalmente uma guerra dessas proporções foi travada em várias arenas, sendo uma delas a disputa entre os criptografos e criptoanalistas.

O Livro dos códigos de Simon Sigh lançado no Brasil pela Record relata com detalhes um dos episódios mais emocionantes desta disputa envolvendo os esforços dos ingleses para decifrar as mensagens alemãs que eram codificadas com uma máquina chamada enigma. A intrincada engenhoca dava aos alemães condições de alterar constantemente os códigos que produziam diferentes alfabetos cifrados permitindo que a cada dia as mensagens tivessem seus códigos alterados. Os ingleses tinham então, que codificar um alfabeto por dia, tarefa impossível de ser realizada.

Mas os ingleses contavam com a genialidade de Alan Turing, um jovem matemático que trabalhava na decifração de mensagens criptografadas, com um exemplar da máquina alemã - conseguida com os poloneses - Turing desvendou o código e contribuiu de modo fundamental para a vitória dos aliados no conflito. Seu trabalho teórico forneceu a base para a moderna teoria do computador e fizeram dele um dos pais da cibernética.

No entanto, o pálido Turing não desfrutou do prestígio que merecia, após a guerra tornou-se professor assistente em Cambridge e teve uma vida absolutamente anônima na Inglaterra. Em 1952 foi à polícia denunciar um namorado que havia roubado seu apartamento, no depoimento revela seu homosexualismo sem se dar conta das implicações legais que esta atitude produzia. Foi preso acusado de alta indecência contrária a uma lei de 1885. Os jornais noticiaram o fato e Turing foi duplamente punido: banido dos projetos de pesquisa relacionados ao computador e obrigado a passar por um traumático tratamento, ele não suportou e se suicidou em 1954.

No último dia dez o primeiro ministro inglês Gordon Brown pediu desculpas formais pelo episódio, diz o texto final da declaração: “em nome do governo britânico, e todos aqueles que vivem em liberdade graças ao trabalho de Alan, tenho muito orgulho de dizer: Desculpe-nos, você merecia algo muito melhor.”

É muito bom ver instituições reconhecendo seus erros, é muito importante que ajustem contas com seu passado, pois ao proclamarem em alto e bom som: erramos, sinalizam para o futuro e assumem publicamente o compromisso de não cometer os mesmos equívocos. A Igreja Católica tem realizado algumas movimentações neste sentido, em 1994 pediu desculpas pela condenação de Galileu Galilei. No Brasil em 2000 se desculpou com os índios e com os negros pela sua atitude diante da escravização no período colonial. Com uma história de mais de dois mil anos ainda há muito trabalho neste sentido. Como dizia um dos mais influentes cientistas sociais brasileiros Vitor Nunes Leal: “as instituições só são respeitáveis quando se humanizam, pois elas só existem em função dos homens.”

Artigo publicado no Monitor Campista.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Não procede

A informação publicada na coluna Painel Político, assinada pelo Saulo Pessanha, na edição de ontem da Folha da Manhã, sobre minha participação na disputa pela presidência do Diretório local do PT no próximo PED.
A minha candidatura - que nunca esteve colocada como um projeto pessoal ou personalista - está mantida e não deve ser prematuramente descartada, não obstante será submetida um grupo de militantes do PT que desde o fim de 2008 tem se reunido sistematicamente com vistas a retomada de sua participação orgânica na vida do partido.
Este grupo - que reúne quadros como Luciano D'Angelo, Roberto Moraes, Adilson Sarmet, Ana Maria Almeida; os companheiros do Núcleo de Base Lenilson Chaves, por mim coordenado e do qual participam o cientista político Renato Barreto e o professor Gustavo Gomes; além de outros militantes do movimento social como o líder estudantil Marcel Cardoso e o companheiro Davi do MST - ao longo dos últimos meses defendeu a construção de um projeto de unidade partidária, capaz de credenciar o PT como única e viável alternativa no sentido de um novo modelo político nesta cidade e se reúne no próximo sábado para definir sua participação na disputa pelo Diretório Municipal do partido.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Fim da greve

DO SÍTIO DO SEPE/RJ:

"Profissionais das escolas estaduais decidem suspender greve

Os profissionais de educação das escolas estaduais decidiram há pouco, em assembleia no auditório da ABI, no centro do Rio, suspender a greve iniciada no dia 8 de setembro e voltar às aulas amanhã. A categoria entrou em greve para reivindicar o pagamento da gratificação do Nova Escola em um parcelamento menor que aquele aprovado pela Alerj na semana passada e sancionado pelo governador Sérgio Cabral (parcelamento que terminará somente em outubro de 2015), além da inclusão dos profissionais de 40 horas no plano de carreira.

Outra decisão da assembleia foi entrar em “estado de greve”, o que significa que, se as negociações com o governo não avançarem, a greve poderá recomeçar. O secretário estadual de Planejamento (Seplag), Sérgio Ruy Barbosa, agendou uma audiência com o Sepe no dia 5 de outubro (segunda-feira). O secretário já antecipou à imprensa que discutirá a situação dos professores de 40 horas nessa reunião. Hoje, a assembleia também decidiu que, no dia da audiência, as escolas estaduais farão uma paralisação de 24 horas, com uma vigília em frente à sede da Seplag, na Rua Erasmo Braga (Centro), a partir das 11h, quando terá início a reunião. Às 14h, ocorrerá assembleia em local a confirmar.

Hoje foi realizado um ato público em frente à Alerj e dessa vez os tristes incidentes proporcionados pela PM na semana passada, reprimindo a categoria com violência, não se repetiram. Logo após o ato público, ocorreu uma passeata da Alerj até a Cinelândia, passando por toda a Avenida Rio Branco. Na marcha, professores e funcionários cantaram diversas músicas contra o governador Sérgio Cabral (que está em Paris). Após a passeata, a categoria se dirigiu para o auditório da ABI, onde foi realizada a assembleia.

Vamos manter a mobilização e garantir a inclusão dos profissionais de 40 horas no plano de carreira, a incorporação do Nova Escola ainda nesse governo e o abono dos dias parados!

PARALISAÇÃO DE 24 HORAS DIA 5 DE OUTUBRO!"

"Carta de candidato"

O blog recebeu por e-mail a seguinte carta, onde o Dr. Claudio Andrade apresenta os motivos pelos quais se apresenta como candidato à Presidência da OAB de Campos:

POR QUE SOU CANDIDATO?
A persistência depende de uma perspectiva mais ampla. Sempre acreditei que a maioria das coisas que desejamos não aparecem do dia para a noite. Acredito que as pessoas persistentes fortalecem-se com a crença de que o que elas querem pode ser feito.
Faço esta introdução para reconhecer publicamente o meu maior desejo profissional: ser Presidente da OAB; presidir a minha classe que tanto amo e respeito.A minha decisão de concorrer ao próximo pleito da Ordem não surgiu de um mero deleite. Encontra raízes fortes na minha adoração pela profissão, na militância diária, no magistério que exerço com carinho e também na minha família.A profissão de advogado espelhada no grande Evaristo de Moraes; na militância traduzida na labuta forense, no magistério representado pela minha responsabilidade em transferir conhecimentos aos futuros operadores do Direito e, com certeza, na minha família: 'trincheira' de resistência nos momentos de desânimo.
Desejo ser Presidente da OAB de Campos, pois acredito que não deve haver mudança e sim, uma alavanca delas. Tenho certeza de que a verdadeira mudança começa de dentro para fora, ou seja, temos que amar o que fazemos. Um Presidente não deve silenciar-se no vazio de seu gabinete.Vejo que a minha classe passa por momentos muito difíceis. Vários profissionais fora do mercado de trabalho, prerrogativas sendo desrespeitadas diariamente, alguns magistrados dotados de soberba, custas judiciais exorbitantes, Núcleos de Atendimento Gratuito que tiram o 'ganha pão' do advogado, dentre outras dificuldades que tornaram a profissão de advogado difícil de ser seguida pelos jovens e mantida pelos mais experientes.Um ponto que deve ser abordado é a minha renúncia ao cargo que ocupei na atual gestão da OAB de Campos. Foram quase dois anos de dedicação ao grupo, à Comissão da OAB Jovem, ao atual Presidente, aos sonhos e às promessas que fizemos juntos de construirmos algo diferente.Poderia estar até hoje fazendo parte do atual grupo, mas entendi que os ideais que nos conduziram à vitória perderam o foco central: o advogado.Concordo que muitos avanços devem ser feitos no campo acadêmico. Entretanto, o advogado não vive somente de congressos e seminários. Os advogados 'respiram' Forum, vivem da labuta diária, das audiências, de mandados e de clientes.
O advogado precisa voltar a 'encher o peito' e a orgulhar-se de ser integrante da uma nobre e imprescindível classe. Para isso, ele precisa ser respeitado no exercício profissional. Necessita de um Presidente que se faça presente no gabinete do juiz ou nas serventias quando um advogado for desrespeitado.Quero deixar claro aos meus pares que não serei um candidato revanchista. Tenho profundo respeito pelos atuais integrantes da OAB, mas não ficarei em silêncio quando a Ordem que eu tanto amo não se postar ao lado de um advogado quando ele precisar de sua entidade.Serei incansável na próxima eleição. Disputarei os votos dos senhores com muito afinco; feliz pelos votos conquistados no decorrer da caminhada e respeitoso por aqueles que serão direcionados ao(s) meu(s) concorrente(s).A bandeira de meu grupo serão as prerrogativas profissionais, tão maltratadas nos dias de hoje. Ofereço aos nobres advogados uma chapa independente formada por advogados que desejam dividir comigo esse grande ideal.
Advogados que nunca se abstiveram de atender um cliente e que nunca se esqueceram da importância que representam no cenário social e jurídico de nossa nação.
Sou candidato porque desejo aos meus amigos de profissão exatamente o que almejo para mim: uma militância digna, ética, célere e com as prerrogativas respeitadas em conformidade com a lei.
Pensando assim que lutarei pelo seu voto.
Que Deus nos abençoe.

Cláudio Andrade.

O PED e o novo na política local

Daqui a pouco mais de sessenta dias o Partido dos Trabalhadores estará escolhendo mais uma vez em processo de eleições diretas suas direções em todas as seções previstas na legislação e nos seus estatutos, aí incluídos os diretórios municipais. Em Campos não será diferente, e o cenário que se avizinha é o ideal para discutir o papel que caberá a este partido na política local nos próximos anos.
Não que eu tenha ilusão quanto à força do modelo político vigente há vinte anos por aqui. Apesar de sua constante desmoralização em função dos desastres administrativos das sucessivas gestões dos dois grupos em que se subdividiu a entourage original de Garotinho, tal modelo – sustentado em vícios e num misto de apatia de muitos e na conveniência dissimulada de alguns – parece ainda sólido o bastante para disputar com chances mais um mandato. Inclusive favorecido pelo instituto da reeleição.
O fato é que, até 2008, o PT – mesmo quando seus melhores quadros históricos defenderam o Muda Campos original, num momento em que isto significava boas perspectivas para a cidade – sempre se apresentou como alternativa de poder local. E tem agora oportunidade histórica de retomar este papel na medida em que as votações atribuídas nos últimos pleitos a candidatos como Makhoul e Feijó em 2004 e Odete em 2008 apontam potencial razoável de um desejo de renovação no eleitorado. A própria prefeita soube manipular bem sua campanha de forma a adaptar sua imagem a tal expectativa, com razoável êxito.
Todos sabemos da importância das alianças para o exercício do poder. Em nome disso, temos nos sujeitado a riscos e equívocos. Logo, não é razoável imaginar que a unidade interna vá prescindir da lógica de contemplar a todos os atores relevantes, seja na máquina partidária ou eleitoralmente. Nos próximos dias, veremos se há realmente vontade política para construir este caminho, ou se cobranças cotidianas feitas a destacados quadros partidários no sentido de uma maior organicidade na vida partidária são gestos cínicos que sucumbirão frente ao sectarismo ou a interesses escusos e inconfessáveis.
A unidade partidária na composição do novo Diretório seria um primeiro passo no sentido de potencializar a oportunidade histórica que se apresenta ao partido. Minimizar divergências e ressentimentos e dividir atribuições institucionais da vida partidária seriam prova de maturidade e generosidade capaz de alavancar nossa ação política na cidade – inclusive a partir do mandato reconquistado na Câmara local – consolidando-nos como única alternativa concreta e viável de um novo modelo de gestão democrática, popular e participativa para o município.

Adaptação de artigo publicado na edição de ontem (14/09) da Folha da Manhã.