O jornalista Geneton Moraes Neto vem se notabilizando por realizar impactantes entrevistas com personagens controvertidos da História. A última foi com o ex-presidente Collor na qual, dentre outras confissões, ele afirma que os milhões arrecadados na sua campanha (cuja periclitante administração foi uma das causas do impeachment) também financiaram seus apoiadores, como o ex-PFL e atual DEM. Agora Geneton está divulgando em seu blog no G1 mais uma reveladora entrevista (realizada em 2002) com um estratégico personagem de nossa História recente: Lincon Gordon, ex-embaixador dos EUA no Brasil dos "anos de chumbo" além de ex-professor de Economia da Universidade de Harvard e ex-subsecretário de Estado para Assuntos Latino-Americanos. Veja abaixo algumas das principais passagens:
A CIA – afinal – deu ou não deu dinheiro a candidatos simpáticos aos Estados Unidos nas eleições de 1962 no Brasil ?
Gordon : “Demos. Definitivamente. Com o passar do tempo,considerei que este foi um erro de nossa parte. Nós estávamos,na época,influenciados pelo que tinha acontecido na Itália logo depois da guerra: historiadores acham que o apoio aos anti-comunistas italianos – inclusive com dinheiro e propaganda – foi o que tornou impossível a vitória eleitoral dos comunistas”.
Gordon : “Demos. Definitivamente. Com o passar do tempo,considerei que este foi um erro de nossa parte. Nós estávamos,na época,influenciados pelo que tinha acontecido na Itália logo depois da guerra: historiadores acham que o apoio aos anti-comunistas italianos – inclusive com dinheiro e propaganda – foi o que tornou impossível a vitória eleitoral dos comunistas”.
Quanto a CIA gastou no Brasil ?
Gordon: “A minha estimativa é de que foram cinco milhões de dólares (N: a preços de 2002, 30 milhões de dólares – ou cerca de 100 milhões de reais). Mas não se produziram resultados importantes, porque o Congresso que foi eleito em 1962 não foi diferente do Congresso anterior. Miguel Arraes- por exemplo- se elegeu governador em Pernambuco, o que foi um fato mais importante do que qualquer mudança no Congresso”.
Gordon: “A minha estimativa é de que foram cinco milhões de dólares (N: a preços de 2002, 30 milhões de dólares – ou cerca de 100 milhões de reais). Mas não se produziram resultados importantes, porque o Congresso que foi eleito em 1962 não foi diferente do Congresso anterior. Miguel Arraes- por exemplo- se elegeu governador em Pernambuco, o que foi um fato mais importante do que qualquer mudança no Congresso”.
Quem recebeu a ajuda ?
Gordon: “Houve um grupo de candidatos – geralmente, à direita do centro, simpatizantes dos Estados Unidos”. (...)
Gordon: “Houve um grupo de candidatos – geralmente, à direita do centro, simpatizantes dos Estados Unidos”. (...)
Qual foi a participação dos Estados Unidos na queda do presidente João Goulart ?
Gordon: “A participação ativa foi zero. Mas, especialmente depois do comício do presidente Goulart na Central do Brasil, houve vários contatos, inclusive entre o adido militar da embaixada, Vernon Walters e o marechal Castelo Branco, em que se demonstrou o interesse numa oposição”.
Gordon: “A participação ativa foi zero. Mas, especialmente depois do comício do presidente Goulart na Central do Brasil, houve vários contatos, inclusive entre o adido militar da embaixada, Vernon Walters e o marechal Castelo Branco, em que se demonstrou o interesse numa oposição”.
Como surgiu a idéia de mobilizar uma frota americana que seria deslocada para o Brasil em 64 ?
Gordon: “A minha idéia foi que,na eventualidade de uma tentativa de derrubar João Goulart, um grupo militar brasileiro poderia ser contestado por outro grupo militar. Eu imaginei que poderia haver uma divisão do país – com militares em lados opostos. Numa tal eventualidade, os Estados Unidos evidentemente teriam uma preferência pelo lado anti-esquerdista, pelo lado anti-João Goulart. Naquele momento,considerei,então,a possibilidade de que uma frota armada, com a bandeira americana visível no litoral brasileiro, teria um resultado desencorajador para o lado pró-Goulart e encorajador para o lado anti-Goulart”.
Gordon: “A minha idéia foi que,na eventualidade de uma tentativa de derrubar João Goulart, um grupo militar brasileiro poderia ser contestado por outro grupo militar. Eu imaginei que poderia haver uma divisão do país – com militares em lados opostos. Numa tal eventualidade, os Estados Unidos evidentemente teriam uma preferência pelo lado anti-esquerdista, pelo lado anti-João Goulart. Naquele momento,considerei,então,a possibilidade de que uma frota armada, com a bandeira americana visível no litoral brasileiro, teria um resultado desencorajador para o lado pró-Goulart e encorajador para o lado anti-Goulart”.
Um comentário:
é por isso q odeio cada vez mais os eua e espero sinceramente q alguem tombe um aviao hj a noite na times square durante a virada de ano.
Postar um comentário