quarta-feira, 21 de maio de 2008

Chega de palhaçada!

Agora há pouco um trio elétrico circulou pelas ruas do centro - passou bem abaixo da janela da sala comercial onde me encontro - em alto volume, com algum idiota vociferando insultos contra Garotinho e anunciando que "(...) por 20 votos a zero, o STJ garantiu a permanência do Prefeito Mocaiber (...)"
Desde o início da tarde dois trios permaneciam na Av. XV de Novembro, na altura da Praça das Quatro Jornadas, que estava tomada de faixas anti-Garotinho.
Embora não haja manifestantes, as faixas e a movimentação dos trios podem ser consideradas um acinte aos cidadãos de bem que não vêem na moralização da Cidade uma vitória de Garotinho, mas da ética e da cidadania. Com tantas evidências levantadas pelo MPF e pela Polícia Federal, é ridícula a ação dos áulicos. O povo simplesmente não crê na inocência do Prefeito. Assim, os "atos de desagravo" não reunem nem meia dúzia. Nem claque conseguiram reunir. Tais manifestações só não podem ser classificadas de ingênuas pois são motividas por um oportunismo vergonhoso!
Pobre cidade rica. O que fizeram de você?
Chega de Palhaçada!!!

ATUALIZAÇÃO às 19:04
O blog do Garotinho informou agora há pouco que o recurso do MPF contra a decisão do Ministro Humberto Barros que reconduziu Mocaiber ao poder não foi julgado hoje. Veja aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Transcrevo, abaixo, na integra a entrevista dada a Folha da Manhã, hoje (22/5), pela professora Odisséia de Carvalho. Em que deixa bem claro que para o seu grupo o importante é a boquinha, não importa como e nem com quem.

Não vou fazer mais comentários, deixo para os bloqueiros, em especial os petistas, lerem e refletirem, neste feriado, sobre essa entrevista, para depois decidirem se realmente são esses os rumos que preferem para o partido.

Para todos nós petistas (filiados ou não) e não petistas, talvez esteja na hora, de forma pragmática de se começar a pensar, pelo bem de Campos, a composição da Terceira Via, sem a presença do PT (diretório), formalmente. Porém, é de fundamental importância para o êxito dessa proposta, a presença dos grupos de petistas que são favoráveis a ela, presentes na discussão do programa e na participação de todo o processo. Além de terem o status de partido, dentro da composição da frente.

Estou lançando essa idéia para ser discutida, por puro falta de tempo e por não podermos ficar esperando o termino das manobras protelatórias da direção local do PT. Os prazos estão terminando e ao que parece vai se desenhar o mesmo processo de 2004. Perderemos no primeiro turno, como sempre, e por falta de opção e para garantir a boquinha, vamos apoiar o menos pior, que certamente será Arnaldo ou o candidato da aliança dele com Mocaiber.

E viveremos felizes até o próximo telhado de vidro, quando essa direção do PT, virá a público fazer uma patética e ridícula autocrítica e dizer que foram pegos de surpresa e que não sabiam de nada, como fizeram, agora no governo Mocaiber.

| ENTREVISTA > ODISSÉIA CARVALHO |

Makhoul ou apoio a Arnaldo






A professora Odisséia Carvalho é uma petista de posições, afirmando que “só pode errar quem está fazendo; quem não faz, não erra”, criticando a postura de companheiros que dizem que “a vida partidária” não precisa ser interna, citando Luciano D’Ângelo e Roberto Moraes. Com a mesma firmeza, defende uma candidatura própria do PT com o médico Makhoul Moussallem na cabeça de chapa, com aliança envolvendo outros partidos, como o PSDB, se uma pesquisa eleitoral feita pelo PT estadual, nos dias 17 e 18, indicar esta viabilidade. Se não for viável, declara apoio à candidatura do deputado federal Arnaldo Vianna (PDT), mesmo com o partido não tendo retornado ao governo municipal.

Folha da Manhã — Com o PT caminha hoje para outubro, para candidatura própria, para aliança?

Odisséia Carvalho — Todo o processo que ocorreu dentro do partido, inclusive com a candidatura de Makhoul, o quantitativo de votos que ele recebeu, na última votação, de 33 mil votos, e depois 23 mil votos, o credenciam e o PT para que a gente possa estar fazendo essa disputa pela candidatura própria. Essa é uma discussão muito intensa dentro do partido, e temos agora em 1º de junho uma eleição de delegados, que irão participar de encontro de tática eleitoral. O PT é diferente dos demais partidos, porque discute internamente e tem um calendário.

Folha — Esse desenho, para 1º de junho sinaliza o caminho que o partido vai tomar?

Odisséia — Sem sombra de dúvida. Estaremos elegendo delegados, e logo após teremos encontro de tática eleitoral, onde estaremos definindo ou candidatura própria, ou aliança, e com quais partidos. Depois, se houver candidatura própria, teremos uma prévia interna no partido, para ver quais os candidatos que poderão estar sendo eleitos.

Folha — O partido recentemente optou por não entrar no governo interino do vice-prefeito Roberto Henriques (PMDB), e por não reingressar na coalizão do prefeito Alexandre Mocaiber (PSB). Ao mesmo tempo, membros do partido externam opção pelo diálogo com o PSDB, por uma terceira via. Dizem que você representa uma proposta diferente, a da aliança com o deputado federal Arnaldo Vianna (PDT).

Odisséia — Primeiro eu quero comentar nossa entrada no governo Mocaiber. Tivemos conversa com PT nacional, estadual, onde havia orientação para que a gente fizesse uma aliança municipal com o PSB, não era com Mocaiber, partido de base do governo nacional. Dentro dessa perspectiva conversamos com Mocaiber, em processo longo, demorado. A gente entendia, por ter o peso que tem, a nível nacional, precisaríamos ocupar secretarias que representasse esse peso. Para desenvolver políticas que pudessem ter efeitos. Sabíamos que tínhamos algumas falas sobre malversação do dinheiro público, mas não tínhamos a dimensão. Tivemos essa clareza no dia 11 de março.

Folha — Essa participação, a do PT, ainda que vocês julguem que o saldo foi positivo administrativamente, e a decisão pela não reentrada, não sinaliza que o partido teria cometido um erro de ter participado do governo?

Odisséia — A gente não tinha a dimensão do que era, e isso ficou evidente. O Mocaiber mostrou claramente que não era uma pessoa para o Executivo, ele pode até ter sido um bom legislador, enquanto vereador, como presidente da Câmara.

Folha — Mas isso não enfraquece a discussão da aliança com Arnaldo, como seu grupo defende?

Odisséia — Acredito que não. A nossa decisão de saída do governo Roberto Henriques, e de não entrar novamente na administração Mocaiber, para a gente ficou muito claro, que não dava para voltar para um governo que estava em suspeita, sendo investigado. Então, nós resolvemos recuar, e ter candidatura própria. Mas também não vamos entrar em uma aventura. Dia 17, 18 de maio, o PT nacional implementou aqui uma pesquisa qualitativa e quantitativa, para que a gente observe se o município pretende estar no que a gente chama de primeira via.

Folha — Qual o instituto?

Odisséia — Não posso ter dar essa informação, só depois que for montada, o Makhoul é que ficou na negociação direta junto com o Alberto Cantalice, que é o presidente atual do partido. Foi feita dias 17 e 18. Em cima dessa pesquisa é que a gente vai ter a noção se a população realmente pretende essa mudança. Se a pesquisa não apontar efetivamente esse caminho, vamos ter que fazer opção de aliança.

Folha — Quer dizer, a candidatura própria, com o PT na cabeça da chapa?

Odisséia – Até porque, temos que lembrar, que o Makhoul na última eleição, na complementar, ficou em terceiro lugar, na frente de Feijó. A partir do momento que tomamos essa linha, existe possibilidade de aliança, com candidatura própria, e o PT na cabeça de chapa, é isso que se desenha, com os partidos, o PSDB, PV, PHS, PC do B...

Folha — O PPS...

Odisséia – O PPS não, só faz aliança se viermos em aliança com Arnaldo. Não faz aliança com a gente em perspectiva de candidatura própria. Aí temos outra opção, é que a de aliança com Arnaldo. Aí você me fez a pergunta que vou responder. Bem, qual é a nossa expectativa? Não vai ser qualquer aliança, mas que represente o peso do partido nesta administração, com secretarias de peso e a vice do PT.

Folha — Mas ainda a assim a administração não seria do PT. Como garantir que ainda assim o PT não seria surpreendido com futuros problemas?

Odisséia – Mas nós estaríamos influenciando diretamente, essa é a nossa perspectiva. Se ocuparmos secretaria de ponta dentro do governo Arnaldo, se tivermos o vice-prefeito atuando conjuntamente. Se o Makhoul tem potencial para ser cabeça de chapa, com certeza estaríamos o indicando também para ser o vice. Mas hoje, minha linha é de candidatura própria. Se formos entrar em uma aventura, eu defendo sim, uma aliança com Arnaldo Vianna.

Folha — Mas o Lula no PT não teve que se aventurar três vezes para chegar a ser presidente?

Odisséia — A nossa aliança em nível nacional, para o Lula poder mostrar o trabalho dele, e ser reconhecido, precisou ser feita com o PL na época, com o José Alencar (vice-presidente). Mas em uma perspectiva de tornar reconhecido o partido, de resgatar a Câmara dos Vereadores, a gente entende que só tem uma linha, candidatura própria se tiver possibilidade de ganhar...

Folha — Mas o PSDB não seria uma candidatura?

Odisséia — Sim, mas existe uma discussão. O balizador para a gente vai ser as pesquisas que estão sendo colocadas, uma do partido, outra de empresários. Em encontro com empresários, saímos de lá com essa proposta, de empresários financiarem uma pesquisa. Uma coisa é o que os formadores de opinião pensam, outra é quem realmente elege.

Folha — Com o PDT, o PT para você pode ser vice, mas a única possibilidade de aliança do PT com o PSDB seria o PT sendo cabeça de chapa, não é a fase agora de conversar?

Odisséia – Vou defender minha posição. Estou muito na perspectiva que o nome de Makhoul está mais consolidado. A gente poderia até fazer essa discussão se fosse o candidato o Paulo Feijó, que seria o nome mais forte, aí sentaria para discutir, mas ele já se determinou que vai vir como candidato a vereador.

Folha — Ter um nome significa impor esse nome em uma aliança com o PSDB?

Odisséia – Estou dizendo a minha opinião, porque a opinião majoritária do partido seria de querer o cabeça de chapa, e o PSDB também. A gente vai sentar e conversar. Na segunda, vamos ter uma reunião do GTE, o grupo de trabalho eleitoral.

Folha — E essa conversa de Robinho e Félix com Roberto Henriques? Você vê alguma possibilidade?

Odisséia – Não, nenhuma. É uma fala, uma perspectiva de que Roberto Henriques não representa Garotinho. Eu não tenho essa visão. Para mim Roberto Henriques é Garotinho sim. É só ver o secretariado. Suledil (Bernardino), Maria Auxiliadora, impossível querer descolar a imagem. Não é Sérgio Cabral que no segundo turno determinou na campanha dele e não falou em Garotinho, em Rosinha.

Folha — Você não teme que aconteça com Arnaldo, por parte do PT, problemas que o partido já teve antes com o grupo de Garotinho, de depois da candidatura vir a ser vitoriosa, os petistas serem isolados?

Odisséia – Quem botou toda essa negociação por água abaixo foi o Garotinho. Nós até confiamos, Garotinho é oriundo do PT, foi o candidato mais votado, e não conseguiu legenda para se eleger vereador. Na primeira eleição de Garotinho o PT racha, o PT tinha candidatura própria mas apoiou majoritariamente.

Folha — Como vocês fizeram em 2004 com a eleição de Feijó...

Odisséia – Isso. Existem várias críticas quanto à nossa postura. Quando o Makhoul entra, entra para ser candidato, e essa foi nossa crítica principal. Havia uma orientação a nível nacional pela aliança com o PSDB, com o Feijó na cabeça de chapa, e o Makhoul vice. Na época, nem o Makhoul, nem o Helinho (Anomal, ex-presidente do PT), entenderam a importância de construir esse movimento. Se seguíssemos aquele caminho, estaríamos no governo.

Folha – Esse caminho pode ser reconstruído?

Odisséia – Depende das pesquisas. Nós erramos de declarar publicamente, ferindo o estatuto do partido, ter feito a campanha nas ruas. Mas o que defendemos estava correto. Estaríamos todos juntos e neste momento teríamos eleito um vereador. Neste momento, ficamos um pouco chateados com a posição de companheiros que são altamente respeitados dentro do partido. Dizer que a vida diária do partido não é fundamental, isso não é verdade...

Folha — Você fala do professor Luciano D’Ângelo?

Odisséia – Do Luciano e do Roberto Moraes. Eu tenho que aliar minha vida, minha atividade política, com a sociedade, com a vida partidária. Não pode fazer essa separação, que eu não estou no dia-a-dia do partido, mas eu atuo aqui fora, porque senão nós cometemos equívocos, como ele foi convidado para ir para o governo de Campista, e não passou pelo partido.

Folha – Foi convidado agora para o de Roberto Henriques, apesar de ter negado.

Odisséia – E não comunicou o partido. Eu tenho que ser petista, internamente, disputando espaços. Não concordo dizer que nós dirigentes do partido erramos, apontar o dedo. Quem faz, pode errar, quem não faz não vai poder ser apontado como quem errou, porque não está fazendo. Não posso apontar o dedo para outro e apostar no quanto pior melhor. Preciso ocupar espaços e construindo junto, nos erros e acertos.