segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Transporte público: Mudança?

Atentos blogueiros, Ricardo André e Xacal repercutem na rede a versão do Presidente da EMUT de que a passagem a R$1,00 - agendada para maio - ponto dos mais enfatizados na campanha de Rosinha para a Prefeitura "não era bem assim". A proposta, antes prática, objetiva e universal - uma tarifa modal única para os ônibus urbanos em todas as linhas atendendo a todos os usuários - agora se revela um programa social para subsidiar cidadãos de baixa renda, previamente cadastrados. Nada positiva a mudança de discurso, considerando a ênfase na proposta ao longo da campanha, ainda que a medida conforme agora se apresenta, embora confusa, tenha alcance social.

A questão da tarifa, contudo, não é o único problema a desafiar a Prefeita na questão fundamental do transporte público na cidade. O problema é tão grave que motivou a folclórica proposta do metrô de superfície por parte do então candidato Arnaldo Vianna e as recentes ações das operações Choque de ordem. A proposta de Arnaldo inclusive não tinha como problema a idéia em si. VLT's se revelaram soluções adequadas em várias cidades. O problema estava em assumir que o volume de passageiros não compensaria o investimento, e que, desta forma, o custo da ação seria necessariamente subsidiado pelo município - nada absurdo em se tratando do orçamento atual e o impacto social do investimento. Ao vender a ilusão de que a iniciativa privada se interessaria pelo empreendimento deu a Rosinha a oportunidade de um dos mais duros golpes nos debates da campanha. Pois agora é a Prefeita eleita que deve explicações sobre a "meia-verdade" propagandeada na campanha.

Mas voltando ao assunto, além do "transporte alternativo" - que se sustenta na ineficiência do setor formal - há muito mais a ser enfrentado no setor. Um problema grave é a frota. Em horários de pico, os que resistem a utilizar as kombis ou dependem do RIO Card sofrem com o desconforto dos microônibus, que proliferaram por duas razões: diminuem drasticamente o espaço destinado à gratuidade social (estudantes e idosos) e eliminam gastos com pessoal ao dispensar a figura do cobrador. Os micro podem ser uma boa opção para algumas linhas, especialmente circulares, ou em alguns horários. Mas em horários de grande fluxo de passageiros ele gera um desconforto e uma superlotação que parece uma condenação a quem opta pela legalidade! É preciso incentivar e até financiar a renovação das frotas como contrapartida a exigências de eficiência que incluam horário, segurança e conforto para o usuário. Só assim este deixará de recorrer ao "alternativo".

Há ainda outros problemas graves: a irracionalidade das linhas, a ausência de funcionalidade na utilização das duas rodoviárias, entre outras questões. Voltaremos ao assunto.

2 comentários:

Jacaré-Chinfrim disse...

A coisa está ficando feia, pá.

Dá uma olhada no blog do Ricardo André Vasconcelos e nos comentários que teci em meu blog, sobre a "ouvidoria" de garotinho.

Unknown disse...

Em recife existe um sistema de geração de rotas de ônibus e metrô, www.onibusrecife.com.br , não é do google e funciona melhor que o deles no meu ponto de vista, até pq o google não cobre essa região.