quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Sucupirana

Este blog não teve fôlego para acompanhar o ritmo da boa cobertura quer o Dr. Cláudio Andrade e o Roberto Moraes deram ao episódio - ainda em curso - da demissão de parte dos terceirizados que ocupam irregularmente a quase dois anos - através das empresas Facillity e José Pelúcio - postos no serviço público municipal.
Ainda que concorde com a afirmativa do Ricardo André, que até uma posição definitiva do STF não vale a pena repercutir boatos e polêmicas, disseminados por interesses eleitoreiros, vou arriscar um breve comentário sobre o assunto nesse espaço de opinião.
Teve de tudo. Vereador demagogo tentando tirar dividendos eleitorais da tragédia alheia, exploração sentimental beirando ao piégas da dificuldade real - com a qual estamos solidários - de centrenas de trabalhadores que foram por anos manipulados como eleitorado cativo pelos últimos prefeitos, filigranas e artifícios jurídicos, manifestações de rua, factóide de suposta ação de candidato a prefeito em defesa dos "condenados", debates acalorados na blogosfera!
Ao fim e ao cabo, temos a convicção de que o episódio reflete o absurdo de uma situação sucupirana que se estende há mais de uma década, em diferentes formatos, à margem da LEI. É obvia a exploração política da instabilidade destes servidores que já foram "folha de linha", "cooperativados", contratatos temporários e terceirizados.
A troca de acusações sobre a responsabilidade da "novela" é patética. Se o "pai" do problema hoje se afasta da cidade também por interesses eleitorais, é inegável que Arnaldo Vianna e Alexandre Mocaiber são os mais recentes responsáveis - e beneficiados - pelas irregularidades. Carlos Alberto Campista deu o formato possível à situação irregular no serviço público e se comprometeu com a Justiça a realizar uma série de Concursos públicos ao longo dos últimos anos. Afastado do governo, assumiu Mocaiber, interino e eleito em 2006. A pergunta é por que não realizou os concursos, ou o fez em volume bem menor que o necessário? Qual o interesse na manutenção dos trabalhadores em situação precarizada? Tire suas conclusões.
Quanto a solidariedade com os demitidos e a constatação dos impactos sociais e econômicos negativos que as demissões causarão à cidade, são fatos. Contudo, não há como utilizar tais argumentos para defender a continuidade indefinida de uma situação ILEGAL. Os prejuízos são inevitáveis e os culpados devem ser responsabilizados pela sociedade e pela Justiça.

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