segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sobre a imprensa e os blogs - parte 2

Na última semana escrevi aqui sobre o impacto do blog “Fatos e Dados”, da Petrobras, no debate sobre a relação institucional entre imprensa, empresas e governos no Brasil hoje. A mim, sobretudo interessa discutir o papel dos blogs e das “mídias alternativas” neste novo cenário da comunicação e as possibilidades que esses novos canais de informação e opinião constituem não apenas para uma mega corporação como a Petrobrás, mas para indivíduos, movimentos sociais, homens públicos e jornalistas interessados em produzir de forma independente com relação à linha editorial e eventuais interesses das empresas jornalísticas, sejam eles econômicos ou de outra natureza.
Foi esse interesse que me levou há quase dois anos a criar um blog pessoal. Não apenas para repercutir minha militância e ampliar contatos com interlocutores afins. Mas também, e principalmente, para ter a garantia de emitir opinião de maneira independente. O exercício da autonomia, no entanto, não me tornou um outsider na mídia. Pelo contrário, abriu espaços regulares, como esta colaboração semanal na Folha e rendeu inúmeras referências a notas e opiniões publicadas no blog.
Mas não se trata aqui de promover o blog do Fábio, e sim de trazer para a conjuntura local o debate provocado pelo oportunismo da oposição e do PIG no contexto da ofensiva contra a Petrobrás, e pela reação da empresa via um blog.
Há gente do meio que afirma o que também já se ouve no Boulevard, e que, independente de sua veracidade, já se tornou tese corrente na opinião pública campista: a imprensa local não se pauta exclusivamente pelos interesses públicos. Raciocínio similar ao que Pedro Dória – em texto citado aqui no último artigo – identifica na opinião pública nacional.
A REDE BLOG campista – forjada a partir das formidáveis experiências dos seus decanos, em curso há cerca de 5 anos – se afirmou em 2008, sobretudo no período eleitoral, como expressão local do fenômeno dos blogs, que ora a Petrobrás põe sob holofotes. Em que pese minhas dúvidas sobre o nosso alcance no universo da sociedade local – onde o radio continua a ser o veículo vital para uma comunicação de massa – em nossa heterogênea composição há grandes entusiastas do potencial da rede no que se refere a promover transformações políticas na planície, dentre outras possibilidades semelhantes à desencadeada pela Petrobrás. “Sigamos em frente.”

Artigo publicado na edição de hoje da Folha da Manhã.

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