Showman

O Gustavo Soffiati já alertou em seu registro para os perigos de ir além do excelente texto do Professor Paulo Vitor - leia aqui - sobre o show de Ney Matogrosso ontem em Atafona.
Mas eu não resisto a um breve comentário pessoal já manifesto ontem aos mais próximos - incluindo o próprio Gustavo - em conversa logo após o espetáculo.
Em se tratando de uma apresentação que reúne muitas canções novas, de jovens compositores, gravadas há apenas um ano, e cujo repertório não inclui muitos sucessos clássicos do intérprete, poderia-se até imaginar uma reação fria da platéia. Isso se o artista no palco não fosse o sensacional Ney, que arrasa em tudo, a começar pela voz maravilhosa de sempre, com destaque para figurino, coreografia e presença de palco. Em plena forma, envelhecendo "com o corpo são" ele esbanjou ousadia, carisma, sensualidade e soube explorar a força de canções mais conhecidas como O Tempo Não Para, Ode aos Ratos e Por que a Gente é Assim ao longo do show.
A canção que dá título ao espetáculo, do também genial Arnaldo Antunes - lamentavelmente indisponível no Youtube - chamou a atenção deste blogueiro - que recentemente replicou daqui manifestação pública de racismo proferida por um baluarte do pior reacionarismo em periódico local. Bela e "engajada" canção!
O showman, com pleno controle da situação manteve o interesse do público até o bis deixando a platéia, e em especial meu amigo Ely, completamente embevecidos.