segunda-feira, 6 de abril de 2009

“Esse é o cara!”

Não, não vou falar de Romário, nem o artigo é sobre futebol. São mais algumas linhas sobre política, ou melhor, aqui se trata de geopolítica; e o autor da frase que dá título ao texto não é um cronista esportivo, mas tampouco um geógrafo ou um estudioso de relações internacionais. A máxima – que alguns parvos ou mal intencionados históricos como o jornalista Cláudio Humberto já se apressam em tentar deturpar – é do presidente norte-americano Barack Obama. Foi dita no último encontro dos 20 principais líderes do planeta, ocorrido na última semana na Inglaterra, e o nosso presidente, a quem se dirigiu a referência de Obama, provou mais uma vez que o Brasil, sob sua gestão, está bem na foto. Coube a LULA ladear a rainha Elizabeth, anfitriã da reunião de cúpula, na foto oficial do evento.
Mais do que um retrato do momento, a imagem reflete a nova posição do Brasil, que a política internacional de LULA inaugurou no contexto geopolítico mundial. Da subordinação obediente e bem-comportada, nosso país
– pari passu à organização e crescimento da economia internamente, com distribuição de renda e geração de emprego – avançou para uma posição de liderança na América latina e entre economias emergentes, conquistando o respeito dos líderes das nações ricas, que agora sofrem mais com os efeitos da crise do momento.
Contudo, as “viagens de LULA” – usadas pela oposição de forma politiqueira – não se restringem aos encontros de cúpula e à diplomacia da bajulação, como em outros tempos. Prova disso é recentemente proposta apresentada por ele, que pretende discutir com o presidente chinês, Hu Jintao, que transações comerciais entre Brasil e China passem a utilizar diretamente as moedas destas nações, respectivamente o real e o yuan, visando uma maior independência estas economias emergentes em relação ao dólar neste contexto de crise. Uma boa idéia que – apesar de alguns mau agouros de especialistas do mercado financeiro – certamente estará na pauta da próxima visita do presidente brasileiro àquele país, em maio.
O incremento nas relações com países como China, Rússia e Índia é parte do segredo do sucesso da gestão que faz de LULA, segundo o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, o “mais popular político de longo mandato” do mundo hoje.


Artigo publicado na edição de hoje da Folha da Manhã.

Um comentário:

Raskolnikov disse...

A liderança de Lula personifica o fortalecimento das relações SUL/SUL e a vocalização dos nossos interesses em escala global. A liderança entre nações soberanas não tem protagonismo hegemonista, tem uma agenda comum consistente e senso de oportrunidade para afirma-la no contexto atual da crise. "Os brancos de ohlos azuis" sabem que não poderão sair da crisa sem abrir espaço para o sul do mundo.
Saudações mamelucas um pouco "cafusas"!