Com todo respeito ao eminente Senador Flávio Arns (PT-PR) e ao Rafael, que comentou o asunto em post abaixo mesmo antes deste texto, este blogueiro não vai tergiversar na defesa do Partido dos Trabalhadores neste momento de crise no Senado imposta pelo oportunismo eleitoeiro da oposição, cuja representação na Câmara Alta elegeu reiteradamente Sarney para presidir a Casa - inclusive, no ultimo pleito, contra candidato petista - manteve e se locupletou dos atos secretos e de outras benesses concedidas a muitos dos membros de sua bancada por Agaciel Maia, e agora quer posar de algoz de ambos num show de hipocrisia e desfarçatez.
Podemos buscar no discurso do respeitável Senador Arns um eixo da discussão, quando ele acusa o partido, do qual anunciou pretender se desligar, de "romper com a bandeira da ética". Ora, mas cabe aqui questionar de qual ética estamos falando? Da ética neo-udenista a serviço dos corruptos hipócritas dos "demo" e do PSDB, ou a ética da justiça social, da geração de emprego e renda, da redução na concentração da riqueza, da ampliação do consumo e da classe média, consequencias inegáveis do governo LULA?
Essa oposição oportunista é a mesma que conduziu o mesmo Sarney à Presidência da República, onde ele, assim como FHC conduziu o projeto histórico conservador da elite nacional. Projeto que com diferentes tons, mais ou menos modernizantes, sempre perpetuou a desigualdade social e a manutenção da oligarquia no poder. Os que hoje posam de "justiceiros" de Sarney foram seus sócios na reação contra o avanço da classe trabalhadora e dos representantes dos setores populares no sentido da conquista da hegemonia política, o que se concretizou com LULA, para desespero da imprensa golpista que dá palco e holofote aos reacionários que há anos são maioria no Congresso. Os tais "300 picaretas" de que LULA já falou. Vão aqui meus críticos dizer que parte deles hoje se bandearam de forma oportunista para nosso lado. Verdade. Pior para os conservadores e reacionários da mídia, do DEM e do PSDB!
Compreendo a posição do Senador Mercadante e admito compartilhar com ele certo constrangimento frente a situação. Mas só um neófito em política poderia ceder a sanha golpista dos hipócritas que desejam tomar de assalto a presidência do Congresso. O caso do falante Senador Arthur Virgílio, também arquivado, é esclarecedor sobre as "virtudes republicanas" dos que acusam Sarney e pedem sua cabeça.
2010 é ano eleitoral. A necessária cruzada republicana sobre o Senado se fará então oportuna, pelas mãos do povo, pelo voto, e não por uma camarilha de oportunistas travestidos de vestais. O amadurecimento democrático e das instituições deve conduzir a uma expressiva renovação das cadeiras em disputa! Cassar Sarney é algo que deve ser atribuição do povo do Amapá, e não dos falsos moralistas que sempre o adularam e a ele deram sustentação política, e agora tentam tirar proveito político eleitoral de seu ocaso. Devem dividir com ele a porta dos fundos da história.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Caro Fabito, como teste derradeiro para a postura neo-ética da oposição e da mídia golpista basta o tempo, explico: vamos ver quanto tempo dura essa sanha denuncista depois do período de disputa de poder! Depois de 2010 como será o acerto de contas com nossa história de tradição patrimonialista. Ou seja, quando o atraso (vide eleição de Sarney p/ pres. do senado!) é útil para a hegemonia de direita ele é estranhamente "perdoado". Acho que agora o o comando político do Governo Lula (isto é ele mesmo) deve adotar a estratégia de "redução de danos" e errar o menos possível...
Postar um comentário