Nos dias em que esteve em off o blogueiro leu a polêmica matéria da Piauí com o ex-ministro José Dirceu. Obviamente, fiquei contrariado com a forma no mínimo oblíqua com que o ex-comissário se refere aos companheiros do Diretório Regional gaúcho, onde o Mensagem é maioria. Embora em nota divulgada em seu blog e à imprensa em geral Zé Dirceu explique que não fez acusação leviana e, pelo contrário, sempre adotou no caso envolvendo a sede gaúcha do partido o princípio da presunção da inocência que, a propósito, reivindica para si, fica a sensação que houve ao menos muita malícia na referência ao episódio.
No mais, a matéria revela um Dirceu boquirroto e ainda meio deslocado, que parece não ter assimilado plenamente o golpe e se dedica a utilizar o que lhe restou de prestígio e influência para progredir no ramo das consultorias e, eventualmente, "levar coisas boas para o Brasil".
Justiça seja feita, ao assistir no sábado à noite o filme Os Bons Companheiros (GoodFellas) de Martin Scorsese - sugestão do amigo Gustavo Lemos - não pude deixar de me recordar de passagem da matéria que se refere a polêmica que esteve na origem da montagem da base parlamentar no primeiro governo Lula - história real e bem conhecida no partido.
No filme de Scorsese, o protagonista, interpretado por Ray Liotta é advertido pelo cappo interpretado por Paul Sorvino, que comandava uma quadrilha de gangsters, para que não se envolvesse com tráfico de drogas. Preso por uma operação da divisão de narcóticos da polícia, e marcado para morrer, o personagem de Liotta adere a um programa de "delação premiada" em troca de proteção e testemunha contra o cappo Paulie, que é preso.
Sobre a relação entre Lula e seu chefe da casa civil, a matéria de Daniela Pinheiro - que acompanhou o ex-ministro por uma viagem a Portugal e República Dominicana - diz que:(...)ele e Lula tiveram uma divergência política significativa. José Dirceu defendia que a aliança se desse a partir do PMDB, enquanto Lula privilegiou a coligação com os pequenos partidos de aluguel. Nomeado ministro, ele fez um acordo com o então presidente do PMDB, Michel Temer, para que o partido participasse efetivamente do governo, com ministérios importantes. Lula desautorizou publicamente José Dirceu, que se calou.
O toma lá da cá com a miríade de legendas esteve na raiz do mensalão, que provocou a queda do chefe da Casa Civil. É uma ironia da história: Dirceu perdeu o poder por articular uma política que não era a sua (...) E, com o seu homem forte fora do governo, Lula deu meia-volta e aproximou-se mais e mais do PMDB.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
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2 comentários:
Caro Fábio,
"manda quem pode, obedece quem tem juízo"...
O Zé é uma cara cheio de qualidades, mas sua vaidade não tem tamanho...e plo jeito, a língua também, aliás ele bem que podia aproveitar a cirurgia de implante capilar e por "freio" na língua e diminuir o "olho grande".
A arrogância típica da classe média paulistana se arrebentou com a sabedoria do peão do ABC...
Outro fator que mancha a biografia do Zé é a sua relação com o "orelhudo" Daniel Dantas...
Reconheçamos seus méritos na campanha do Lula, e até do acerto que seria a aliança de "atacado" com o PMDB...Mas uma coisa ele deveria saber, e agora sabe: quem manda é o homem...
Au revoir.
blá,blá,blá...
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