sexta-feira, 25 de julho de 2008

Pontos de vista.

As charges da semana confirmam que o tema da "queda-de-braço" envolvendo a PF e o Presidente do STF continua atual.
Este blog tem se manifestado publicamente apoiando a ação republicana da Polícia Federal e de forma crítica no que se refere à indulgência com que a Justiça trata os presos de "colarinho branco", que tem condições de provocá-la em sua defesa.
Contudo, este blogueiro tem ouvido interlocutores que argumentam na linha de que as operações da PF seriam "espetaculosas", com o objetivo de "jogar pra galera", ou seja, de contemplar a opinião pública. Há ainda a ponderação de um risco de se instalar um "Estado policialesco" onde a PF se constituiria num quarto - ou sexto, se considerarmos a precedência da imprensa e do MP - poder.
Reconhecemos a pertinência desta lógica, que ressalta a importância de se observar a Lei e preservar o Estado de Direito nas operações policiais. Mas não recuamos em nossa opinião.
Se é verdade o que observa um de nossos interlocutores, quando afirma que, se há transgressões à Lei contra a maioria dos cidadãos, a solução não é estender tais transgressões, na forma de excessos, à elite, e sim fazer cumprir a Lei de forma universal, o fato é que historicamente o Estado brsileiro nunca foi capaz de cumprir esse papel - e a Justiça se inclui nisso, cumprindo inclusive, como observou recentemente o Xacal n'A TroLha, o papel de "protetor das elites". Mesmo nos últimos anos, quando vem atuando no sentido da redução da desigualdade social, o Estado brasileiro está longe de promover a igualdade jurídica entre os cidadãos.
Por isso, mesmo considerando a complexidade do debate, e reconhecendo a lógica dos argumentos aqui expostos, o blog mantém sua postura de apoio à PF e de defesa da prisão de criminosos de "colarinho branco", sempre que houver provas contundentes de seus crimes, ou que a liberdade dos indiciados represente ameaça a integridade de provas ou a lisura no procedimento do inquérito, ainda que através de laranjas ou testas-de-ferro, que nesse caso devem e podem ser também indiciados e presos.

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