O corpo do diretor e dramaturgo Augusto Boal será cremado na tarde deste domingo no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio, às 14h. Boal morreu na madrugada de sábado de insuficiência respirátória, quadro decorrente de uma leucemia, doença contra qual lutava há vários anos.
Indicado ao prêmio Nobel da Paz em 2008 e nomeado embaixador mundial do teatro em 2009, Augusto Boal foi um grande nome do teatro brasileiro. Nascido em 1931, no bairro da Penha, no Rio de Janeiro, o diretor foi o fundador do Teatro do Oprimido, que visa à democratização da produção teatral, o acesso das camadas sociais menos favorecidas à arte e a transformação da realidade por meio do diálogo e do teatro. Além disso, a estética que surge desse novo tipo de teatro, traz um novo conceito de desenvolvimento intelectual para o ator e uma relação direta e ativa entre ator e espectador.
Segundo Olivar Bendelak, do Centro Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro (CTO-Rio), o Teatro do Oprimido é praticado em mais de 50 países no mundo inteiro. Os projetos do CTO já foram realizados em prisões, escolas, manicômios, junto a ONG´s e sindicatos, além de rodar o Brasil e países da África com o 'Teatro do Oprimido de ponto a ponto'.
Augusto Boal se formou em engenharia química, levando paralelamente a criação de textos para teatro, além de estudar dramaturgia em Columbia, Nova York. Em 1956, passa a dirigir o Teatro de Arena, grupo que luta pela nacionalização dos clássicos, em outras palavras, de uma dramaturgia brasileira. Ainda que os palcos brasileiros se encontrassem em processo de modernização, com grupos como Os Comediantes e o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), nessa época predominavam autores e estéticas estrangeiras. Um dos marcos do Arena foi, em 1958, a peça Eles não usam black-tie, de cunho social-política, escrita por Gianfrancesco Guarnieri.
No começo dos anos 60, articulou o intercâmbio entre os grupo Arena e Oficina, de Zé Celso, que resultou em espetáculos como 'A Engrenagem'. Em 1964, dirigiu o show 'Opinião', que reuniu artistas contra o regime militar.
Em 1971, durante a ditadura, Boal é preso e, posteriormente, exilado. No exílio, passa por países como Argentina e Portugal, leciona na Sorbonne-Nouvelle, em Paris, e cria o Centre du Théatre de l´Opprimé-Augusto Boal, em 1979.
Em 1986, volta ao Brasil, onde a convite de Darcy Ribeiro dirige a 'Fabrica de Teatro Popular', projeto que desejava tornar a linguagem teatral acessível a todos. No mesmo ano, cria o Teatro do Oprimido – CTO-Rio, para difundir o Teatro do Oprimido no Brasil, sede que existe até hoje no bairro carioca da Lapa, atuante em seus projetos.
O modo de ser do novo intelectual deve consistir num tomar parte ativo na vida prática, como construtor, organizador, "persuador permanente", sem isso limita-se a ser "especialista" e não chega a ser "dirigente". (...) Ao formar-se o dirigente, é fundamental a premissa: pretende-se que existam sempre governados e governantes, ou pretende-se criar as condições em que a necessidade dessa divisão desapareça?
ANTONIO GRAMSCI
CAMPANHA EM DEFESA DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE CAMPOS
3 comentários:
02/05/2009 - 20h18
Augusto Boal será cremado no domingo no Rio
da Folha Online
O dramaturgo Augusto Boal, que morreu neste sábado (2) aos 78 anos, será cremado no fim da tarde deste domingo (3).
desculpa amigo Fabio.
FOGO FOGO!!!
Saudações tricolores.
O corpo do diretor e dramaturgo Augusto Boal será cremado na tarde deste domingo no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio, às 14h. Boal morreu na madrugada de sábado de insuficiência respirátória, quadro decorrente de uma leucemia, doença contra qual lutava há vários anos.
Indicado ao prêmio Nobel da Paz em 2008 e nomeado embaixador mundial do teatro em 2009, Augusto Boal foi um grande nome do teatro brasileiro. Nascido em 1931, no bairro da Penha, no Rio de Janeiro, o diretor foi o fundador do Teatro do Oprimido, que visa à democratização da produção teatral, o acesso das camadas sociais menos favorecidas à arte e a transformação da realidade por meio do diálogo e do teatro. Além disso, a estética que surge desse novo tipo de teatro, traz um novo conceito de desenvolvimento intelectual para o ator e uma relação direta e ativa entre ator e espectador.
Segundo Olivar Bendelak, do Centro Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro (CTO-Rio), o Teatro do Oprimido é praticado em mais de 50 países no mundo inteiro. Os projetos do CTO já foram realizados em prisões, escolas, manicômios, junto a ONG´s e sindicatos, além de rodar o Brasil e países da África com o 'Teatro do Oprimido de ponto a ponto'.
Augusto Boal se formou em engenharia química, levando paralelamente a criação de textos para teatro, além de estudar dramaturgia em Columbia, Nova York. Em 1956, passa a dirigir o Teatro de Arena, grupo que luta pela nacionalização dos clássicos, em outras palavras, de uma dramaturgia brasileira. Ainda que os palcos brasileiros se encontrassem em processo de modernização, com grupos como Os Comediantes e o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), nessa época predominavam autores e estéticas estrangeiras. Um dos marcos do Arena foi, em 1958, a peça Eles não usam black-tie, de cunho social-política, escrita por Gianfrancesco Guarnieri.
No começo dos anos 60, articulou o intercâmbio entre os grupo Arena e Oficina, de Zé Celso, que resultou em espetáculos como 'A Engrenagem'. Em 1964, dirigiu o show 'Opinião', que reuniu artistas contra o regime militar.
Em 1971, durante a ditadura, Boal é preso e, posteriormente, exilado. No exílio, passa por países como Argentina e Portugal, leciona na Sorbonne-Nouvelle, em Paris, e cria o Centre du Théatre de l´Opprimé-Augusto Boal, em 1979.
Em 1986, volta ao Brasil, onde a convite de Darcy Ribeiro dirige a 'Fabrica de Teatro Popular', projeto que desejava tornar a linguagem teatral acessível a todos. No mesmo ano, cria o Teatro do Oprimido – CTO-Rio, para difundir o Teatro do Oprimido no Brasil, sede que existe até hoje no bairro carioca da Lapa, atuante em seus projetos.
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