quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Blogueiro na Folha.

Para não dizer que não dei meus pitacos nos últimos dias, reproduzo matéria da edição de ontem da Folha da Manhã, sobre o patético "duelo" marcado para a tarde de terça-feira na Câmara Municipal. Fui ouvido na última sexta pelo jornalista Sérgio Cunha e tive a honra de ser acompanhado, em sintonia, pelo meu amigo e companheiro Roberto Moraes:

Manifestação antecipa discussão para 2008

Logo mais, a partir das 16h, grupos que partiram de um ponto só entram em rota de fissão nuclear: diante da Câmara Municipal, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) diz que vai exigir explicações dos vereadores sobre denúncias contra o governo municipal, mas vai ter que enfrentar três mil estudantes ligados à Juventude Alternativa de Campos (JAC) e o Movimento Gay de Campos, com Shana Carla batendo na tecla das irregularidades dos oito anos de administração estadual da era Garotinho.

Garotinho foi eleito prefeito em 1988 e 1996. No segundo mandato, teve como vice o hoje deputado federal Arnaldo Vianna (PDT). Garotinho rompeu com Arnaldo, que já teve como secretário de Saúde o prefeito Alexandre Mocaiber, que sucedeu na administração municipal Carlos Alberto Campista, eleito em 2004 e cassado em 2005. Complicado? O professor Fábio Siqueira, membro da executiva municipal petista, tenta explicar.

— O prefeito Mocaiber, na tática de buscar amplo leque de apoio, pode ter beneficiado Garotinho com um terceiro turno. Ele busca a polarização com Mocaiber, sem que haja uma terceira via. Ele explora o papel de oposição porque é o único que, cinicamente, pode fazer isso.

Para Fábio, o que chama de terceira via poderia extinguir esse discurso de Garotinho. “Garotinho voltou para Campos para tentar recuperar o poder com o que lhe restou, e aposta no terceiro turno”. O também professor e petista Roberto Moraes critica.

— Os dois grupos faziam parte de um só e hoje estão se digladiando na disputa pelo poder. O que é lamentável é que há um vazio de propostas neste processo todo.


Terceira via para não haver oposição única

Os professores Roberto Moraes e Fábio Siqueira apostam que Anthony Garotinho se prevalece mesmo é da condição única de pólo oposto ao prefeito Alexandre Mocaiber. Para eles, uma terceira via, ainda que não frontalmente alinhada a um grupo ou outro, tiraria de Garotinho a condição com a qual ele tem construído a tentativa de tomar a Prefeitura que não retomou em 2004 e 2006.

Roberto Moraes, que defendeu a aliança do PT com o PSDB do então deputado federal Paulo Feijó em 2004, diz que Garotinho explora a polarização de forma consciente.

— Nós perdemos a oportunidade de construir uma alternativa. Em 2004 tínhamos Paulo Feijó, e o PT lançou Makhoul Moussalem. Hoje, estão todos juntos com Mocaiber.

Para Fábio, isso é um ponto que favorece Garotinho na construção da alternativa a Mocaiber: “Você viu em 2006 o Makhoul e o Feijó reduzirem sua votação em relação a 2004. Isso não foi porque Mocaiber era melhor que Campista, mas porque a população acabou assimilando essa divisão, ficou com medo de ver Garotinho eleito. E ele se aproveita disso”, analisa.

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