Frente ao show de hipocrisia e oportunismo que caracteriza o retorno de Mocaiber à Prefeitura, este blog torna pública sua opinião sobre o fato:
Em seu breve discurso hoje pela manhã, em sua quarta posse a frente da Prefeitura, o alcaide reclamou direito de defesa e alegou que não podia ser condenado sem julgamento.
Pois bem, este blog não julga, tampouco condena Sua Excia. Nem tem competência para isso. O fato é que há indícios consistentes de que irregularidades graves envolvendo o erário público foram cometidas por ocupantes de cargos de confiança nomeados pelo Prefeito. Muitos deste estão indiciados, outros presos. Difícil é alguém sustentar que que é uma fantasia a versão do MPF de que cerca de 240 milhões de reais foram desviados dos cofres públicos. Questionamentos se o Prefeito teve participação direta ou não nesses atos ou se favoreceu diretamente desses recursos para mim não estão no centro da polêmica. Mesmo que ele tenha sido ludibriado, ou enganado ou, nas palavras de um de seus assessores, tenha sido um "banana", a responsabilidade da nomeação e manutenção destas nestes cargos é dele.
Os paralelepípedos da cidade já citavam, meses antes da deflagração da Telhado de Vidro, vários destes nomes como responsáveis por procedimentos irregulares na administração pública. Temos informações de que familiares e conselheiros muito próximos ao Prefeito já haviam sugerido a ele a demissão de um destes auxiliares. O próprio Mocaiber, talvez num ato falho, declarou a um programa de rádio local em 19/02 que o tal auxiliar "(...) Nunca teve poder exagerado, nunca exacerbou em nada, nunca teve poder de vigiar ninguém, nem teve poder de autorizar obras, autorização para pegar dinheiro com quem quer que seja..." (grifo nosso). Na oportunidade disse ainda, que o mesmo iria "(...) continuar do meu lado me assessorando pessoalmente, eu preciso da experiência dele, eu confio nele realmente e não teve nada e por mais especulações que façam, uma coisa você ode ter certeza, briga entre eu [e ele] não vão conseguir." - será que caso seja solto o tal assessor ainda mereceria a mesma confiança do Prefeito?
Enfim, ainda que a justiça inocente o Prefeito de responsabilidade direta nos casos de corrupção ele não deve ser apontado como responável pela presença de pessoas como essas na administração pública? Será que é responsável reconduzir à SMEC a Secretária que adquiriu um softwer por R$ 5 milhões?
Já temos nosso juízo. Ainda que não seja culpado - não nos cabe julgar ninguém, repito - afirmamos que Mocaiber é responsável por um esquema criminoso desbaratado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. Deveria reconhecer esta responsabilidade e renunciar ao cargo que a ele delegamos - fui seu eleitor. Assim poderia demonstrar alguma boa fé e preocupação com os destinos da Cidade e com o interesse público.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
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Um comentário:
Pelo menos o peso de ter sido eleitor desse político cujo dinheiro mal cabe no bolso de todos os secretários e assessores dele eu não carrego. Mas parece que, sim, se todos fossem soltos, e ele pudesse, os renomearia. Parece que até Luciana Portinho voltará à FCJOL, ao contrário do que foi publicado no D.O. municipal de sábado passado, no qual constava a nomeação de Jane Nunes para o cargo. Concordo que não se pode renomear nem mesmo quem de algum modo teve alguma responsabilidade pela compra de um software superfaturado - por mais que ela diga que quem avalia preços e paga não é ela e que, portanto, não tem culpa. Como gestor, você aceitaria que pagassem um valor tão alto por algo da alçada do cargo que você ocupa? Ou, se cometesse um deslize desse e não pudesse corrigir, continuaria ocupando tal cargo?
Gustavo Soffiati, apenas um semi-analfabeto digital.
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