segunda-feira, 23 de junho de 2008

Muito aquém do ideal!

O resultado alcançado pelos alunos da rede municipal de educação na avaliação do Ideb não devem ser comemorados conforme manifestações da SMEC e de alguns meios de comunicação locais!
Em que pese o avanço com relação aos índices aferidos em 2005, Campos ainda está muito longe do ideal, sobretudo se considerarmos a capacidade de investimento do município - o mesmo que gastou crca de R$ 5 milhões com um software, enquanto a maioria das escolas da rede não tem estrutura física adequada, nem bibliotecas, nem laboratórios de ciências e de informática!
Menos de 10% das escolas da rede são modelo de estrutura e instalações. A maioria delas funciona em casas adaptadas com sérios problemas estruturais. A gestão também é um problema, visto que não há democracia e participação da comunidade junto às direções das unidades, que, em geral, são indicadas por interesses políticos menores.
Tudo isso se reflete no desempenho escolar de nossas crianças, que não está restrito à competência das professoras. Elas precisam de instrumentos e condições adequadas para desenvolver um trabalho que obtenha resultados cada vez melhores. Para isso, é necessário que a educação seja prioridade. E que os investimentos na área sejam maciços, incluindo à vinculação orçamentária constitucional as receitas dos royalties. Só assim Campos poderá alcançar´desempenho realmente satisfatório e capaz de promover o desenvolvimento humano e social. 4,3 e 3,2 não são "notas azuis"!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Ainda há de haver uma prova também para os professores! Estrutura conta sim, mas não se pode deixar vitimizar os professores. Sempre é a mesma conversa que falta estrutura. Sim, as estruturas são péssimas, salários horríveis. Mas será que se resume a isso o problema da educação. Lembro-me de uma professora, cuja frase fora estampada no jornal O'Globo, dizendo que com o Bolsa Escola as "crianças só iam pra sala de aula para ganhar a Bolsa, mas não têm interesse nas aulas".

O SEPE deveria também incentivar os seus filiados a realizarem uma autocrítica, não achas?

Muitos professores "sentaram" em seus diários de classe. Não praticam leitura, não estudam mais. Isso é fato.

Como diria os companheiros, é chegada a hora de pregar a bundinha na cadeira e também se atualizar.

Autocrítica pode ser um caminho para fortalecer a categoria diante dos descasos governamentais.

Manoel Caetano disse...

Caro Fábio

Concordo plenamente com suas argumentações. Sem dúvida não há o que comemorar.

Gostaria de acrescentar que a SMEC, numa manobra puramente político-eleitoral, tenta agora dar destaque a um pseudo avanço significativo no nosso índice de 2005 para 2007.

No entanto, não podemos esquecer que o índice anterior, o de 2005, (fato destacado pela própria SMEC, à época) não representava bem a realidade de nossa educação devido a peculiaridade de estarmos saindo de um sistema de aprovação automática em 2004. Neste processo é natural que nos primeiros anos, de ajuste, ocorram índices exagerados de reprovação.(Esse fator é decisivo para o IDEB que é um índice quantitativo, pautado sobretudo em números de aprovação, reprovação e evasão).

Ou seja, aquela nota não refletia bem a real condição de nossa educação. Acredito que esta nota de 2007, ainda muito baixa como você bem destacou, espelha melhor o nível real de nossa educação.

Portanto, não é correto considerar que houve um grande avanço. O que houve na realidade foi uma melhor acomodação ao novo sistema de avaliação/promoção de nossa rede que, consequentemente, propiciou um IDEB mais adequado ao nosso nível educacional real.

Um abraço