Pesar

Houve um tempo, há uns dois anos atrás, em que a voz do poeta Antonio Roberto, que nos deixou nesta noite podia ser ouvida frequentemente no apartamento que eu mantinha sob aluguel no condomínio Recanto das Palmeiras. Não que eu tenha desfrutado do prazer de tão íntima convivência com ele. É que a Angela, com quem eu vivia na época é fã de sua obra, e costumava ouvir fitas e cd's - um inclusive presente meu - onde o poeta declamava seus versos.
Dele eu ouvira falar há tempos, meu pai havia trabalhado com ele no Banco do Brasil, e falava com simpatia de seus colegas que eram afeitos às letras - além dele havia José Gurgel, o potiguar mais campista da Planície.
Mais tarde, ao realizar uma pesquisa para o Professor José Luiz Vianna, utilizando o acervo de periódicos que hoje se divide entre o Arquivo Público e a Biblioteca Municipal, pude perceber seu espírito público e sua seriedade como gestor. Como Diretor da Biblioteca Municipal ele recuperou o arquivo de periódicos que se encontrava disperso e mal conservado. Reorganizou o acervo e providenciou a encadernação das coleções mais antigas, que passaram a fazer parte do acervo do Arquivo sobre os cuidados especializados de Freitas. Melhorou ainda as condições de trabalho para os pesquisadores na Biblioteca, adequando para isso as suas instalações.
Era um entusiasmado agitador cultural local, tendo sido um dos principais responsáveis pela organização do Café Literário do Palácio da Cultura.
Deixa saudade em seus leitores, nos que militam na cultura e na comunidade de Campos em geral.
O corpo está sendo velado no Palácio da Cultura. Impossibilitado de comparecer ao sepultamento, marcado para as 16:00 no Campo da Paz, manifesto aqui publicamente meus sentimentos e deixo um abraço para o Fernando, a Naira, a Raquel e o Humberto, e para toda a família.