terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Dúvidas sobre o TAC.

Segundo notícias na mídia impressa, ficou pra hoje a celebração do termo de ajustamento de conduta entre a Prefeitura e o Ministério Público do trabalho. O acordo proposto pelo Executivo Municipal - cujos limites legais já foram questionada pelo blogueiro Cléber Tinoco (leia aqui)- visa estender por 90 dias a presença de parte dos servidores públicos contratados sem concurso público, que deveriam ter sido demitidos ontem por determinação judicial, a fim de garantir a normalidade de serviços públicos fundamentais. Até as 16:00 nenhum blog havia confirmado a notícia
Agora há pouco, sentado na cadeira de Dr. Venaldo, enquanto ele aparava minha rala barba, dividíamos uma das dúvidas que agora apresento aqui: em sendo firmado o acordo, a recontratação fica limitada aos atuais contratados via Facility e José Pelúcio? Penso que a moralidade e o bom senso indicam neste sentido. Entretanto, Venaldo me contou que debate sobre o assunto no Balanço Geral da Record deixou-o em dúvida sobre a questão. Um dos debatedores teria aventado a hipótese de inclusão de novos "terceirizados". Acho grave que alguém considere esta hipótese à esta altura do campeonato. Espero que a Prefeita não trabalhe com tal alternativa. E que o MP esteja atento e vigilante para afastar este risco. Os que até agora foram vítimas e massa de manobra - alguns há anos - nas mãos de governantes oportunistas e inescrupulosos - para não dizer, ou melhor, dizendo: criminosos - tem experiência e devem permanecer nos postos, se for o caso, durante a vigência do TAC. Nada justifica a inclusão de outros servidores em situação irregular!
Pelo que compreendi - e acho que compreendi bem - em conversa com o Secretário de Governo Roberto Henriques no período de transição, a intenção do Governo municipal é apenas garantir o funcionamento da máquina até que seja possível a realização dos concursos. Antes disso, segundo ele, seriam afastados definitivamente fantasmas e marajás incluídos nas folhas das instituições que mantinham os "terceirizados" sob contrato; etapa que julgo já cumprida.
Pois bem, cabe ao MP estabelecer junto à Prefeitura prazos para a recuperação da receita própria da fazenda pública e um indicativo de calendário pra a realização dos concursos. Será que o TAC versará sobre isso?
Temerária é a hipótese apresentada hoje na imprensa pelo Secretário de Administração, Fábio Ribeiro, de que após o período de vigência previsto para o TAC, 90 dias, "o município vai contratar uma empresa para terceirização dos serviços até que a prefeitura esteja com as contas equacionadas e tenha receita própria suficiente para realizar o concurso público." Ora, com todo respeito ao ilustre xará, tal situação em nada difere da que se anuncia para o próximo trimestre. Ou muda, pra pior! Aí sim vai estar aberta a brecha sobre a qual agora ficamos em dúvida: a possibilidade da contratação de novos terceirizados pelo poder público. Conhecemos bem esse tipo de terceirização nas escolas públicas da rede estadual. E sabemos que são indicações políticas que norteam as contratações de funcionários para as escolas pelas empresas contratadas, realidade que remonta os governos de Garotinho e Rosinha. O MP não deve permitir a hipótese de que algo semelhante se repita na Prefeitura. Se necessário for, é preciso garantir a permanência dos trabalhadores hora recadastrados até que seja possível a realização dos concursos necessários.
Por fim, tenho ainda uma dúvida sobre a questão da receita municipal e dos recursos passíveis de serem alocados na folha de pessoal. Essa dúvida foi reforçada por uma conversa na semana passada, com um quadro experiente na gestão da fazenda pública em diversos municípios que recebem royalties do petróleo. Parece que há controvérsias sobre a vedação para a utilização das participações especiais de tal fonte de receita no pagamento de pessoal. Caberia à Procuradoria buscar um parecer definitivo sobre o assunto. Talvez, a possibilidade de utilização desta parcela das compensações referentes à exploração do petróleo pudesse agilizar a realização dos concursos, que todos parecem concordar ser a definitiva solução para o impasse.

4 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com a sua posição, inclusive, compactuo com sua preocupação no que tange a contratação de novas pessoas, diante do cumprimento de acordos políticos, fato este, que prejudicaria muitas pessoas que realmente trabalham. Ainda há a questão das substituições, pois estes últimos sequer receberam seus salários no último dia 28.01 e nem sabem se vão receber. Cabe ainda ressaltar, que dentro da Secretaria de Saúde, a ordem que se tem do Secretário, Sr. Paulo Hirano, é de que todos permanecerão, inclusive, as substituições. No entanto, a atual chefe do departamento de enfermagem, alegando estar recebendo ordens diretas da excelentíssima prefeita, está de uma forma estremamente agressiva, desrespeitosa e sarcástica mandando que todos os profissionais vão pra suas casas e aguardem telefonemas daquela secretaria. Enfim, a prefeitura está uma bagunça total e completa, tal como já era esperado, com secretários batendo de frente com responsáveis pelos departamentos. Obrigado!

Anônimo disse...

XACAL:

Essa é para quem nos acusa de não propor nada ao governo...


Já que a pmcg manterá seu exército de cabos eleitorais como antes, e a rosita perón já declarou que vai procurar uma "empresa idônea" para terceirizar seus "piratas", vão aqui nossos palpites:


NUSEG, Núcleo de Estudos Governamentais, aquela mesmo que foi utilizada para transformar o Detran em um supercabide de empregos, e que legou a atual prefeita uma bela ação de improbidade, pela qual responde por seus atos enquanto governadora...


Ou quem sabe uma das ongs do pecado capital...?


Também podem pedir uma ajudinha ao "esquema de Campinas"...Basta consultar o secretário de Fazenda, o chico esquece...


Como vemos, opções não faltam...é só por as mãos a obra e contar os votos depois...!

Anônimo disse...

E quanto aos últimos concursos públicos realizados? Praticamente não houve chamadas. Realmente não entendo, já que há carência de profissionais concursados.

Anônimo disse...

E aquela decisão judicial da Juíza Aline, em março de 2008, que proíbe qualquer convênio ou contratação de empresas para terceirização.Se for contar com esse procurador, que permite decretos e portarias ilegais, acima da Carta Magna, lutar por uma mudança na Lei Municipal usando Royaltes para pagar concursados,estaremos fud....concursado não garante voto.E a prefeita já demonstrou que não está nem um pouco a fim disso.É o mesmo do mesmo,e a omissão dos Ministérios me abomina.Cadê o MPF manifestando-se sobre o PSF?? Isso é Campos.