Recebi em anexo a um e-mail da Aucilene esta imagem, enviada para ela por uma amiga virtual.
Trata-se de uma campanha da Associação Americana Humanista, que circulará nos ônibus de Washington, DC até o fim de dezembro. Diz o slogan:
Por que acreditar em um deus? seja simplesmente bom/boa pela bondade em si.
Sobre a campanha, o porta-voz da organização Fred Edwords comenta:
"Lançamos a campanha nesse período porque existe um número enorme de agnósticos, ateístas e outros tipos de não-teístas que se sentem sozinhos durante as festas por causa da sua associação com a religião."
Segundo ele, o objetivo não é discutir a existência de Deus, ou tentar mudar a opinião de alguém, "nós estamos tentando plantar uma semente de pensamento racional e crítico nas mentes das pessoas."
E a Aucilene acrescenta:
"(...) o que gostei nessa campanha é a idéia de que ter ações bacanas não deveria ter nada a ver com as nossas crenças. Ser uma pessoa legal e decente como forma de comprar um ingresso no céu, de garantir um bom karma ou outras benesses, nessa vida ou em outra, é, pra mim, uma atitude mercenária. Com o meu Deus não barganho nunca. Ter uma fé deveria ser outro departamento. Penso assim...
O que você acha?"
Concordo plenamente!
sábado, 15 de novembro de 2008
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2 comentários:
É no mínimo impressionante percebermos que dessa forma chegamos aqui.
Desprezar a existencia de Deus por confundirmos sua essencia com o mercenarismo de seus "representantes" oficiais.
Imagine, Fábio, que em essencia esse "ser bom" é o fundamento maior da afinidade com a lei maior.
Pietro Ubaldi já dizia que há duas religiões, a do bem e a do mal.
Deus é a religião do bem, segundo esse conceito ubaldiano.
Num mundo onde os representantes da Lei de Deus se envolveram em campanhas do tipo "Deus é 10 e o CD é 20" nada mais coerente que essa campanha.
Mas não leio nela a desnecessidade de acreditar em Deus, e sim desacreditar nesse Deus comercializado até o extremo pela pobreza humana...
Nesse, como disse a autora do comentário do post, barganhado por lugares no céu, benesses e arrogancia pela história da humanidade inteira eu também não acredito.
É uma pena, portanto, que tenhamos chegado até aqui.
Uma bela e triste campanha que poderia se chamar "para onde caminha a humanidade?"
:(
Caros Aucilene e Fábio,
Comentando o publicitário americano, considerarei alguns aspectos.
É preciso elogiar a boa iniciativa de cativar os não-gnósticos à prática da fraternidade e da filantropia.
Pessoalmente, considero que a fraternidade no mundo atual é mais exercida por agnósticos e ateus que por religiosos. Disse S]Ziraldo em memorável artigo, citando seu companheiro Betinho, que a caridade no Brasil ficou muito tempo restrita aos espíritas e ao católicos vicentinos, enquanto a esquerda praticava o 'quanto pior melhor'. Ali Ziraldo defendia o Natal sem Fome do saudoso Herbert e fazia uma auto-crítica da esquerda brasileira.
Hoje vive-se uma situação quase inversa: os movimentos de fraternidade e filantropia(verdadeira) são muito mais capitaneados por pessoas e instituições agnósticas que religiosas.
Portanto, é preciso fazer o momento do Natal um momento que transcende a religiosidade e atinge aquela área sensível do ser humano que o movimenta para a compaixão, para piedade, para a fraternidade, para a solidariedade e para o pensamento de alma coletiva da nossa sociedade.
"Natal para todos" é uma mensagem para cristãos de todos as denominações, judeus, muçulmanos, budistas , agósticos e ateus. E como dizia meu Pai, Clóvis Tavares, ex-comunista, espírita em suas orações: "Jesus, abençoa os que Te conhecem e aqueles que ainda Te ignoram."
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