Por muito tempo se soube que autoridades responsáveis(?) pelo trânsito em Campos faziam vistas grossas à diversas infrações e irregularidades envolvendo veículos e seus condutores - inclusive em estradas vicinais - pois, embora fosse algo inconfessável, não havia o que se fazer visto que a repressão e o recolhimemnto de veículos envolvidos em irregularidades estavam inviabilizados. Não havia para onde se recolher os carros apreendidos, tendo em vista a superlotação do depósito judiciário do "ticido".
Pois bem, ao longo das últimas semanas, houve um boom no que se refere a rigorosíssima observação das regras de trânsito, com o sitemático recolhimento de uma enorme quantidade de veículos para um "depósito público(?) municipal", localizado em Martins Laje. A interrogação e as aspas se devem ao fato de que esse blogueiro, com suas limitações, ainda não conseguiu compreender a forma de "concessão" pela qual o poder público municipal estaria terceirizando a administração da guarda dos veículos apreendidos.
O fato é que, subitamente, uma onda de apreensões e reboques tem sido desencadeada sem que o poder público tenha investido parte da significativa verba orçamentária destinada à comunicação na informação e educação dos motoristas.
Longe de mim defender a impunidade. Concordo que infratores devem ser punidos na forma da Lei. Mas não me parece sensata a ação abrupta após anos de conveniente leniência e permissividade frente as situações ora rigorosamente punidas. Tanto o bom senso quanto a disponibilidade de recursos apontam no sentido de uma ampla campanha publicitária esclarecendo os motoristas sobre as possíveis consequencias de sua falta de civilidade, bem como de melhorias na sinalização, tudo isso antecedendo a ação mais enérgica.
Quem, além dos responsáveis pelos serviços de reboque - cujos preços são salgadíssimos - e dos concessionários administradores do tal depósito "público", está lucrando com o açodamento com que se tem conduzido as mudanças no ordenamento do trânsito? Será que Rosinha prefere ficar conhecida como a prefeita "rebocadora", aquela que desencadeou subitamente uma intolerante ação repressiva colhendo impopularidade e reações indignadas, ou não seria o caso de uma ação planejada, firme, mas voltada para a educação no trânsito, de forma a edificar de forma consistente a consciência, a ordem e o respeito a Lei nas vias públicas?
sexta-feira, 22 de maio de 2009
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3 comentários:
Tá com saudades do tempo de Arnaldo e Mocaiber, né ? Tempo em que a cidade estava largada, entregue as baratas.
"campanha publicitária esclarecendo os motoristas sobre as possíveis consequencias de sua falta de civilidade" ? Tais brincando. Educação vem de berço e lições de trânsito eles deveriam ter aprendido na auto escola.
Mas que papo furado!
Parece que hoje é mesmo o dia dos beócios, ou dos cínicos.
Frente a argumentos tão idiotas dá vontade de nem retrucar ou de passar a bola pro Xacal, que tem mais experiência com esse tipo de lugar comum que a "brigada da lapa" gosta de emitir na blogosfera.
Mas vamos lá:
Sob vários aspectos - que no meu modesto entendimento deveriam ser prioridade à rebocar carros e enriquecer reboques e depósitos PRIVADOS - a cidade continua LARGADA! Vide o meu artigo na Folha da Manhã na semana passada. Em que pese os argumentos do Capitão Balbi já apresentados neste blog, razoáveis, há uma aparente contradição. O chefe da postura pondera comigo que há de se ter sensibilidade social com relação a remoção de ambulantes que ocupam indevidamente espaços públicos. Que é preciso acomodá-los em local adequado para proceder a remoção. Concordo, mas, ora, com os motoristas, mal acostumados do "Tempo em que a cidade estava largada, entregue as baratas" não há nenhuma tolerância?
Ainda mais absurdo é o chavão "Educação vem de berço(...)" Se for assim, vamos suspender qualquer investimento em Educação ou promoção da cidadania e responsabilizar exclusivamente as famílias pela formação dos cidadãos, retirando do Estado que COBRA IMPOSTOS tais prerrogativas?
Parece um tipo de lógica privatista, a mesma que naturaliza a utilização por parte dos cidadãos de serviços de saúde e educação PRIVADOS.
Não. O Estado tem responsabilidades educativas no que concerne à cidadania. Antes punir, favorecendo terceiros com a concessão de serviços públicos, deve investir na informação e na formação do CIDADÃO, sobretudo quando há fartura de recursos públicos para tal!
Quer dizer que além de lulo/petista, também escreve na folha da manhã, ou como diz o seu guru, folha de embrulhar peixe ?
Não precisa dizer mais nada, ja entendi tudo, ja entendi
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