É Fantástico...

Sei que vou provocar polêmica. Paciência, essa também é a proposta do blog. Assisti a pouco o final do Fantástico. Pesquisa "fresquinha" medindo a popularidade de LULA registrou índices praticamente idênticos aos registrados na pesquisa anterior, feita pelo mesmo instituto antes da tragédia de Congonhas. Constatação óbvia do Zeca Camargo: apenas 8% da população usa regularmente o transporte aéreo. Por isso, a tragédia que nos deixa sinceramente consternados e solidários às famílias das vítimas, não simboliza um problema que aflige em cheio a sociedade brasileira. E por isso não repercute na popularidade do presidente. É claro que o "apagão aéreo" é um problema. Grave. Deve ser enfrentado o mais rápido possível e espero que o Ministro Jobim tenha êxito nesta tarefa. Outras vidas devem ser poupadas. Entretanto, outros problemas graves afligem a população, sobretudo as camadas menos favorecidas, há muito mais tempo e permanecem sem solução. Recentemente representei o SEPE na Conferência Municipal de Saúde. Certamante a otimização do SUS é uma prioridade nacional. O avanço das políticas públicas nesta área certamente repercutiria na popularidade do presidente. A BR 101, só no trecho que corta nossa Campos, continua ceifando vidas. Segundo publicou a FOLHA DA MANHÂ neste fim-de-semana, já são 51 mortos só esse ano. A sociedade civil local, liderada por Roberto Moraes e Dr. Luis José, luta a seis anos pela duplicação da rodovia, sem sucesso. Para ficar apenas nestes exemplos, a melhoria da qualidade dos serviços do SUS e a duplicaçaõ da BR 101 na região são também essenciais para evitar óbitos, mas não repercutem tanto na imprensa! Se o fantástico constatou que a "crise aérea" não causa impacto na opinião pública - mesmo frente a uma tragédia na proporção de Congonhas - por que tem sido pauta prioritária da GLOBO e da mídia em geral nos últimos meses? Se a pauta da imprensa não se orienta pela opinião pública, a que interesses serve?