E não me refiro a chuva que caiu agora há pouco na Planície. O quadro de desgoverno e de caos que caracteriza a gestão Sérgio Cabral, evidenciado na crise da Segurança Pública (PM), atinge em cheio a Educação. O Professor Renato Gonçalves - amigo de quem ando com saudades - me manda e-mail informando a queda do Secretário de Estado de Educação Nelson Maculan e opina: "Este não disse a que veio, e desde de que foi desmoralizado, na questão da eleição de diretores, deveria ter pedido as contas. Já vai tarde."
Como de costume, concordo com o Renato. Mas não dá pra negar que as coisas pioram para nós da rede estadual. O Maculan, apesar de não conseguir emplacar pontos importantes das nossas reivindicações, negociados com ele, nunca fechou o canal de diálogo. Correm boatos que a troca seria resultado de um acordo envolvendo Cabral e Picciani, através do qual o segundo se comprometeria a isolar Garotinho e implodir o acordo com César Maia, apoiando a pré-candidatura de Eduardo Paes à Prefeitura do Rio. O Presidente da ALERJ nega a versão, mas não seria a primeira vez que sua ingerência na Educação se faria sentir, e onde há fumaça... Na hipótese menos pior, o Governador teria se irritado com as notícias na imprensa dando conta que mais uma vez o ano letivo começa com carência de professores, na medida em que os aprovados no último concurso, cuja convocação deve atenuar a situação, ainda não foram chamados. Assim, o recurso seria nomear uma técnica - Tereza Porto - com a tarefa de agilizar o processo de contratação dos novos docentes e garantir maior "eficiência" na gestão da SEE.
Ambas hipóteses são desastrosas: ou se envolveu a Educação em negociata politiqueira desavergonhada; ou se retorna à tônica do governo Rosinha de um(a) tecnocrata que não é do ramo pra dar um "choque de gestão" e maquiar números da SEE como forma de evitar maior exposição à opinião pública do desatre que é a falta de um projeto sério do governo para esta área. Ou, o que é ainda pior: a combinação das duas hipóteses!
De certo: a Educação continua a não ser prioridade para este governo; e os servidores não são reconhecidos como parceiros importantes na construção de um projeto sério para reformar o caos instalado na rede estadual de ensino.
Agora, parece que as eleições para as direções das escolas - abominadas por Picciani e por muitos Deputados Estaduais, por interesses eleitoreiros - vão de vez para as calendas, e se abre um quadro de indefinição sobre todas as negociações em curso com o Governo (incorporação da gratificação Nova Escola, enquadramento das professoras de 40 horas no Plano de Cargos, criação do Plano de Cargos dos funcionários, entre outros pontos) que até então estavam mediadas por Maculan, aguardando respostas da SEPLAG.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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