sábado, 30 de maio de 2009

Com a palavra Hugo Diniz

Não vamos aqui entrar no mérito do debate sobre a conjuntura institucional do IFF (ex-CEFET Campos) em curso na mídia, que, ainda que se trate de relevante instituição pública, recebe a meu juízo tratamento editorial desproporcional por parte da Folha da Manhã, tendo ocupado na última semana, em duas edições, todo o espaço da coluna do Consultor geral e propietário do jornal. Mas isso é decisão e responsabilidade que cabe ao jornalista Aluysio Cardoso Barbosa.
Não tenho contudo como não me indignar com uma das notas da citada coluna, intitulada "No PT muito além do IFF", publicada na edição do último dia 26, onde há uma referência à opinião prematura - e, para mim, irrelevante - de um "funcionário graduado de uma importante estatal", sobre eventuais candidaturas petistas em Campos em 2012. Pois bem, esperei até aqui manifestação da direção do PT local para me manifestar.
Como não houve tal reação, vai aqui a visão deste militante sobre a nota e sua relação com a rotina partidária petista.
Em que pese as reiteradas manifestações do professor Roberto Moraes de que não coloca seu nome na disputa eleitoral de 2010 - o que é um direito dele e não necessariamente uma postura que me agrade - não cabe ao citado mas não identificado burocrata "lua preta" avaliar, muito menos ter qualquer poder de decisão sobre possíveis candidaturas do PT em Campos em 2012. Também é estranho supor que uma simples opinião - de quem não se sabe - "descredencie" no PT qualquer suposta pretensão de candidatura.
Ora, quem conhece a rotina democrática petista sabe que as vontades e interesses dos próceres do "campo majoritário" nem sempre se concretizam nas decisões soberanas da base partidária. A opção pela aliança com Garotinho - então no PDT - descartando a decisão da convenção que apontou a candidatura de Vladimir Palmeira em 1998, caso único de intervenção alterando decisão democráticas da maioria dos delegados, causou um estrago que se reflete até hoje nas mazelas e tibiezas do PT fluminense.
Aqui em Campos sempre, nos acertos e erros, a tática eleitoral nas disputas municipais foi definida pela maioria do Diretório ou de delegados credenciados pelos filiados. Posso afirmar que hoje, e provavelmente em 2012, não há qualquer "funcionário graduado de estatal" que, para além de sua opinião pessoal sobre as características do Professor Roberto Moraes, possa manipular um conjunto de filiados ou delegados capaz de afirmar sua posição numa instância democrática do PT. Nosso partido nunca foi de "caciques". Nossos Diretórios regionais e municipais não são distribuídos e manipulados ao sabor de meros interesses eleitorais de parlamentares e lideranças regionais. Nossa cultura e organicidade é diferente da maioria dos partidos brasileiros.
Por tudo isso, esperamos uma declaração da Executiva Municipal e do Presidente do DM, Hugo Diniz, no sentido da reafirmação da soberania do universo dos filiados na decisão dos rumos do partido em Campos. Dos destinos do PT cuidamos nós.

3 comentários:

Gustavo Landim Soffiati disse...

"Nossos Diretórios regionais e municipais não são distribuídos e manipulados ao sabor de meros interesses eleitorais de parlamentares e lideranças regionais."

Será que foi isso o que se viu na convenção para definir os rumos do partido em Campos na eleição municipal do ano passado?

Embora minha leitura do assunto seja apressada, parece-me que o personagem do seu texto age como o postulante ao cargo de vice-prefeito do candidato do PDT no último pleito, que, no início do ano, andou falando nos rumos do PT como dono da legenda...

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Caro Gustavo,

Infelizmente, o desastre na tática eleitoral de 2008 foi de responsabilidade de lideranças do PT LOCAL, das quais esperamos alguma auto-crítica. Makhoul, alegando sofrer "rasteira" dos companheiros com os quais divida o consórcio do poder definido no último PED, rompeu com tal tática no último momento e se desfiliou.
Pois é, hoje cada um pode falar o que quer. Só após o PED de novembro veremos o peso de cada um dos atores e grupos na condução do processo em 2012.

Abraço.

Gustavo Carvalho disse...

Parece que o foco principal da intervenção de Fábio é: no Partido dos Trabalhadores, para o bem ou para o mal, é a maioria é quem manda! É por não nos conformarmos com o atual rumo partidário e ao mesmo tempo acreditarmos no partido como instituição democrática (internamente e como ator decisivo da via pública nacional) que renovamos nossos votos como militantes orgânicos (a criação do Núcleo Lenílson Chaves é prova disso). Os factóides oportunistas dos formadores de opinião devemos repudiar!