quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Ora veja!

Em 2004, compus um grupo de militantes do PT de Campos que - com o apoio das Direções Nacional e Regional do Partido - propunha uma aliança com o então candidato do PSDB, Paulo Feijó. Derrotados no Encontro que definiu pela candidatura própria, com Makhoul Moussalem como candidato, ouvimos do presidente regional do PT, Alberto Cantalice que a autonomia do Diretório Municipal teria de ser respeitada, por força estatutária. Compreendemos a posição do companheiro e produzimos uma fração que apoiou o ex-deputado Feijó, com a condescendência da Direção Regional. Mas a decisão do DM se impôs.
Esta história é de conhecimento público. E o Estatuto do PT não sofreu alteração desde então. Pois será que o Sr. Cantalice, vulgo Albertinho, perdeu a memória ou o bom senso - se é que já o teve - ao afirmar à coluna Panorama Político, na edição de hoje d'O GLOBO que a Direção Regional quer impor ao DM de Niterói a candidatura do Deputado Estadual Rodrigo Neves?
Se valer o estatuto, mencionado por Cantalice a quatro anos atrás, caberá ao Diretório Municipal de Niterói - onde o ex-Campo Majoritário de Neves e Albertinho não tem maioria - decidir de forma autônoma, em Encontro próprio, se caminha com candidatura própria ou estabelece aliança com o PDT ou outro partido nas eleições de outubro. Resolução recente do Diretório Nacional reafirma isso.
Enquanto a grande imprensa noticia que o ex-CM cedeu a secretaria-geral da Executiva Nacional ao Deputado José Eduardo Cardoso, em movimento coordenado por Berzoini, Marco Aurélio Garcia e Gilberto Carvalho para garantir a oxigenação do partido e isolar o grupo ligado ao ex-ministro Zé Dirceu, no Rio a tendência hegemônica mantém postura autoritária e intransigente que pode se voltar contra os reais interesses do partido.
Para uma análise serena do que taticamente está colocado na sucessão em Niterói, é bom lembrar que o PT chegou ao governo em Niterói em aliança com o PDT, numa relação que manteve-se harmônica ao longo dos últimos cinco anos. Agora, a questão que se coloca é: manter a influência do partido e diversas políticas públicas implementadas pelo Prefeito Godofredo Pinto neste período no cenário de um inexorável retorno de Jorge Roberto Silveira - que sempre foi um aliado leal - à Prefeitura daquele município? Ou investir numa candidatura inviável eleitoralmente como a do Deputado Rodrigo Neves?

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