quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Aonde nós chegamos?

Repercutiu na blogosfera e no Boulevard a entrevista concedida à Folha da Manhã pelo auto intitulado "palpiteiro" oficial da gestão municipal sobre o deslocamento das estátuas que remetem à memória do movimento abolicionista e de Patrocínio do Palácio da Cultura para a reformada Praça do Canhão.
Ora, o rapaz alega que dar pitacos não é crime. De fato. Contudo, os cidadãos locais tem todo direito de estranhar que decisões importantes como o deslocamento de Patrimônio público com relevante significado histórico e cultural se dê nessa base.
Não saberia responder ao questionamento levantado por meu amigo Claudio Andrade em seu blog. Também não tenho interesse na polêmica sobre responsabilidade com relação à desastrada medida travada entre o Sr. Deut e Murilo Diegues. Mas é espantoso supor que para além do que todos já sabem - que o (ir)responsável por esses e outros desmandos no município é o atual Prefeito - que algumas (ou muitas?) das desatradas medidas da gestão se deram na base do palpite!

ATUALIZAÇÃO em 04/12, às 10:00

O blogueiro esclarece que a entrevista supracitada é assinada pelo Aluysio Abreu Barbosa, diretor do jornal.
Ainda nesta atualização foi corrigido o erro de redação na palavra palpite – originalmente grafada "paupite". Esse blogueiro é meio ignorante e às vezes agride involuntariamente a língua pátria, sobretudo digitando com pressa.
À guisa de esclarecimento, sobre o primeiro comentário do Aluysio Abreu, reafirmo que não há espaço para a homofobia neste blog. Manifestações desta natureza são repudiadas e moderadas! Desnecessário me estender neste assunto pois quem me conhece sabe que tal comportamento não caracteriza minha conduta.
Contudo, embora não seja absolutamente o caso e as relações pessoais do alcaide e de qualquer cidadão não sejam da minha conta, colho a observação para lembrar o princípio da IMPESSOALIDADE, que deve ser estritamente observado pelo gestor público e que condena toda ingerência de relações pessoais na administração pública, sejam estas de qualquer natureza ou orientação!

12 comentários:

Aluysio disse...

Caro Fábio,

Conforme prometido pesoalmente, deixo aqui meu comentário. Concordo com quase tudo que vc escreveu, exceção feita à atuação de Murilo Dieguez no caso, que foi transparente. Na reunião do Conselho de Cultura, no último dia 19, para tratar da questão da transferência das estátuas, fui eu quem ligou para Murilo, diante de todos, logo após Cristina Lima ter aventado a possibilidade do ato arbitrário estar ligado ao Cara Nova, coordenado por ele. Murilo me disse e eu repeti em voz alta, a todos os presentes, que a reforma da Praça do Canhão era de execução da secretaria de Obras, mas coordenada por Alexandre Deut. Após, foi o próprio Deut quem me procurou, através de um intermediário, para dar sua versão dos fatos, publicada na entrevista a que vc faz menção, ainda que omita o crédito ao jornalista. Outra coisa: se o "paupite" for erro de digitação, tudo bem. Agora, se for trocadilho, desaconselho, até porque está aí o Kassab para provar aos petistas que, até como tática política, a homofobia é artifício dos mais desastrosos.

Aluysio Abreu Barbosa

Gustavo Landim Soffiati disse...

O recurso ao paUpite é mesmo uma característica forte neste governo que está terminando (ainda que terminado há muito tempo. PaUpitam os que compõem oficialmente e os que cercam o governo. E será que há diferença entre uns e outros? Talvez sim: os que não ocupam cargos parecem mais influentes.

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Caro Aluysio,
O blogueiro agradece a visita e o comentário gentil e atencioso.
Farei adendo ao post dando o crédito da matéria assinada. Desculpe a omissão.
Quanto à polêmica envolvendo Deut e Murilo, fica registrado seu esclarecimento, ao qual dou crédito, e feita a ressalva com relação ao coordenador do Projeto "Cara Nova". Em nenhum momento contrapus versão ao que vc relata. Apenas disse que, para mim, essa polêmica não é interessante, nem fundamental para o desdobramento dos fatos verificados.
Quanto à grafia errada da palavra, foi de fato um erro de redação. Esse blogueiro continua cometendo atentados à língua pátria, sobretudo quando digita com pressa.
Os leitores habituais do blog e meus amigos sabem que a homofobia não está entre meus defeitos. E que esta conduta não é tolerada neste blog, estando entre as manifestações que são objeto de moderação.
Abs.

Caro Gustavo,
Justamente essa suposta influência externa é inaceitável!
Abs.

Aluysio disse...

Caro Fábio,

Parece que vc não é o único suspeito de ter furado o olho de Luís de Camões, uma vez que, no meu primeiro comentário, soneguei o "s" para compor o dígrafo em "pesSoalmente".

Caro Gustavo,

Adelficamente recomendo não insinuar sinonímia negativa ao "paUpite", sob risco de, ironias à parte, também escorregar no perigoso terreno da homofobia.

Abraços a ambos!

Aluysio Abreu Barbosa

xacal disse...

Quanto cinismo revestido em boas maneiras e luvas de pelica...

Como pode um editor de um jornal de embrulhar peixe, que ficou na "coleira" desse (des)governo durante o tempo que lhe foi conveniente, agora posar de "justiceiro" da cultura...?

Como pode um editor que deixa seu jornal publicar "cessão" da Câmara, e "cumprisse", quando queria dizer cumpra-se cagar regras gramaticais aos outros...?

Como pode um editor que mantém seu jornal sob a mais retrógada e conservadora linha editorial, pretender-se um defensor de direitos humanos...?

Como pode...?Só em Campos dos G., terra da folha de embrulhar peixe...

Gustavo Landim Soffiati disse...

Fábio,
No meu comentário quis ressaltar seu erro ortográfico. Todos os que me conhecem sabem que homofobia é um defeito que não consta entre os que podem ser atribuídos a mim. Como todos erram, notei que não fechei os parênteses abertos ao final da primeira frase. Agradeço a você e ao Aluysio por terem me alertado.

Um abraço.

Aluysio disse...

Caros,

Ao Fábio, a quem respeito, e ao Gustavo, de quem sou amigo, sou obrigado a lembrar que afirmar não serem homofóbicos em essência, não quer dizer, absolutamente, que não tenham sido na ironia mal travestida de erro de digitação e/ou ortográfico. Pelo pouco que conheço pessoalmente do Fábio e pelo muito do Gustavo, tenho convicção de que ambos não são homofóbicos, o que não quer dizer que não tenham sido, num gesto específico. Um ato, todavia, não constitui um ser.
Quanto a quem assina como Xacal, supondo ser o mesmo que ganhou notoriedade por já ter anunciado a morte do professor e blogueiro Roberto Moraes, bem como pela sobrevida determinada a um suposto irmão gêmeo deste, Bob Imoraes, numa nota suprimida logo depois, sem a menor satisfação aos leitores, em acordo tão anônimo e inconfessável quanto o responsável pelo blog, faço a seguinte proposta, aberta, de resto, a qualquer um: assuma-se enquanto pessoa, escreva uma carta à Folha, (se quiser, pode endereçar ao meu e-mail: aluysio@fmanha.com.br), com todas suas ilações críticas ao jornal, a mim e a quem mais achar por bem. Ressalvados os excessos passíveis de processo cível e/ou criminal, teremos prazer em publicar, mesmo que nela o autor insista em confundir suas opiniões com fatos, sua veemência com relevância e sua deseducação com independência. Se quiser continuar anônimo, é sua opção, que serei obrigado a acatar, ainda que não a respeite, como será a minha declinar do confronto com alguém revestido de sombra, que pretende desviar um gesto de atenção e gentileza, reservado por mim apenas a quem se assume, mesmo que eventualmente discorde, como é o caso do "diretor" deste blog, Fábio Siqueira.
Enquanto se decide por quem é ou será, mas pelo menos para que não se confunda o animal da máscara, recomendo também que corrija suas indicações de filme, posto ser "Além da linha vermelha" ("The thin red line"), da lavra do diretor Terrence Malick, não de Clint Eastwood.

Abraços!

Aluysio Abreu Barbosa

xacal disse...

Boa tentativa da folha de embrulhar peixe...

É inegável a capacidade retórica do editor...

Traz a luz o acessório, para então cobrir de névoa o cerne da questão...

Comete um pequeno desliza fatal...uma contradição, que revela o quanto as "opiniões do xacal", que ele desvincula dos fatos (sem, no entanto, apresentar seus argumentos) têm causado danos ao resto de imagem pública do pasquim que publica...

Ora, ora, em que mundo um editor do maior jornal (em circulação, nunca em relevância jornalística) responderia a um "anônimo" como ele faz questão de frisar...essa é uma regrinha básica de "marquetíngue": a gente ignora o que não incomoda para não lhe dar repercussão, logo...

Mas esse deslize, típico de quem se acha muito mais inteligente do que é, revela outra face nefasta do editor da folha de embrulhar peixe: só reconhece o seu pasquim como arena legítima para travar debates, de qualquer natureza...

É megalomania de quem se acha capaz de substituir todas as instâncias da sociedade com a manipulação descarada da informação travestida em matéria jornalística...

O "rei" está sem roupa, sem governo e como dizem: rei posto, rei morto...

PS: quem sabe antagonizar o xacal renderá alguns créditos na "corrida" pela coleira dos "novos" donos da cidade...

ahhh, obrigado pela dica de cinema...seu conhecimento sobre o tema é notório, embora incapaz de materializar tal condição em palavras, pois as críticas são sofríveis...deve ser o peso da arrogância que soterra os pensamentos...

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Cavalheiros,
O blog tem imensa honra em ser prestigiado com a atenção de tão ilustres e competentes redatores.
Não nos cabe emitir parecer nem tampouco é nosso desejo mediar ou moderar as manifestações dos leitores nesse tópico.
Até aqui, o "diálogo" manteve-se relativamente próximo ao assunto do post - que prara quem não se lembra repercute entrevista colhida pelo Aluysio Abreu junto ao "palpiteiro" Deut para o caderno cultural da Folha da Manhã. O nível das intervenções, apesar de um início meio agressivo, ao "estilo" do Xacal também não contrariou as regras que utilizo para a moderação, enfim, estão aí - logo acima - os argumentos.
A conduta do blogueiro/moderador continuará a mesma como certamente se manterá o nível do diálogo presente nos dois últimos comentários.
Como não reivindicaram, optei por não transpor qualquer argumento para a página, o que não pretendo fazer.
Certo de que prevalecerá o bom senso e o espírito plural e democrático, agradeço a atenção e as palavras respeitosas e elogiosas dispensadas a este blogueiro e me despeço com um abraço para ambos, certo de que qualquer debate que fuja ao assunto aqui abordado e entre no mérito das opiniões dos ilustres polemistas terá certamente mais leitores em suas respectivas e prestigiadas mídias, inclusive com espaço nobre já disponibilizado democraticaemnte pelo Aluysio.
Atenciosamente,
Fábio.

xacal disse...

em tempo...agressivo...?

chamar o cínico de cínico é agressivo...agressivo seria chamar vc de cínico...até agora não me deu motivos para tanto, mas aluisio...?

o jornal que torra nosso dinheiro, manipula e mente descaradamente não merece ser tratado com dureza...?

não dá, fábio, sinceramente não dá para te entender...depois vem gustavo carvalho dizer que se trata de demasiada humanidade...

não amigo, isso é acomodação...

Gustavo Landim Soffiati disse...

Aluysio,

Atribuir a mim a construção de uma ironia é algo que até aceito (e agradeceria por isso, pois trata-se de um recurso textual até sofisticado). Mas dizer que foi motivada por um gesto homofóbico, não. Se houvesse "ironia mal travestida de erro de digitação e/ou ortográfico" em meu comentário, ela seria nutrida pelo ímpeto de chamar a atenção dos personagens do texto de Fábio para o princípio da IMPESSOALIDADE, já ressaltado por ele - princípio que deve nortear qualquer governo, independentemente da orientação sexual de cada um dos que o compõem.

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Gustavo,
É esse o espírito da coisa! Talvez, o erro ortográfico tenha sido um "ato falho".
O importante é ressaltar para cada um dos que compõem um governo e para os que neles "palpitam", especialmente os versados em leis, a importância de se respeitar o princípio da IMPESSOALIDADE, sem homofobia ou qualquer forma preconceito. Simplesmente chamar a atenção para a necessidade de compostura e respeito à LEI, simples assim.
Valeu.

Xacal, Xacal...

As críticas estão acolhidas e registradas - mesmo as que estão ressaltadas por palavras agressivas sim, que optei por não publicar.

"Acomodação." Pode ser. Talvez a palavra seja mesmo adequada. Entenda como uma questão de estilo de fazer política no mundo real. Talvez as vezes resvale mesmo no cinismo.
Não estou numa cruzada, muito menos santa. Definitivamente não estou disposto a estrangular margem de diálogo com qualquer interlocutor. Ainda não desisti de interferir na "realpolitik" local, até que venha daqui a 8 anos o nosso Estado dos sonhos. Assim, julgo ser necessário menos arrogância e mais "acomodação". Respondo contudo por meus atos no campo da ética. Diferença não deve nos colocar necessariamente num ringue de box.
Penso assim mas respeito o seu estilo! E, repito, acho que ele cumpre papel importante.
Quanto ao comentário sobre Joilza, peço desculpas por ter me retirado do foco do post. Apenas reagi a um comentarista desonesto e covarde que me citou distorcendo minhas palavras sem ao menos assinar, como fez Aluysio em seus comentários aqui - veja você que falta de ética independe de posições políticas. O comentário será suprimido.
Obrigado e um abraço.