domingo, 9 de março de 2008

Em Niterói!

O blog andou meio "fora do ar", pois este blogueiro esteve em Niterói, para tratar de alguns assuntos funcionais na sede da SEE, no centro do Rio e rever amigos.
Assim, flanando por estas cidades, colhi observações que exponho aqui, já que o registro de pequenos fatos cotidianos, por nosso olhar, também é um dos objetivos desse espaço virtual!

IDH e coveniência.
O meu amigo filósofo, Gustavo Lemos - ainda "exilado" desse blog - vive a me chamar a atenção quando conversamos sobre os contextos políticos de Campos e Niterói. Ele me alerta, com pertinência, que alguns efeitos nefastos da tradicional cultura política instituída pelas oligarquias em nossa sociedade não podem ser percebidos com a mesma intensidade na sua cidade natal, onde ele vêm semanalmente para lecionar em uma Universidade local, e na cidade onde reside há anos. Além do caráter cosmopolita e dos avanços democráticos nas gestões de Jorge Roberto Silveira e Godofredo Pinto, ele aponta o alto IDH da antiga capiltal fluminense - especialmente no que se refere ao nível cultural da população local - como fundamental fator de distinção entre as realidades, com reflexos positivos no critério eleitoral dos cidadãos, inclusive nas clases D e E.
Como seu hóspede, ao sair pela manhã de seu apartamento no bairro de Boa Viagem, que freqüento há mais de dez anos, pude constatar empiricamente a força crescente deste IDH. Como meu anfitrião já havia saído às 05:30 para dar aulas no Rio, desci às 07:30, sozinho, para um café na padaria mais próxima, há duas quadras, próxima à faculdade de arquitetura da UFF, cercada de condomínios de classe média alta. Ela estava no mesmo lugar, mas estava diferente, reformulada. Mais que uma padaria, é hoje uma loja de conveniências. Senti certa inveja, pois não dispomos de loja semelhante no IPS e adjacências - apesar do flagrante crescimento comercial em nosso bairro na mesma década. Pedi um pãozinho que me foi servido com fartura de presunto e queijo prato, opção correta ao invés de mussarela, já que pedi o sanduíche "frio". Nas melhores padarias de Campos, provavelmente teria de comer mussarela fria se não fizesse alguma observação. Como suspeitava que podia estar com algum problema de estômago, em função de um desconforto na véspera, pedi um pingado, coisa que há tempos não bebia, estava ótimo! Enquanto saboreava meu desjejum observei a loja, bem adequada ao "IDH" da vizinhança. Nem na área da Pelinca temos algo igual. Atende a qualquer "emergência" cotidiana de classe média: boas opções de vinhos, inclusive importados, uísque honesto e até água de coco para a ressaca; energético, para suportar necessidades eventuais; frios, com ampla variedade - e preços elevados mesmo para os padrões locais; sucos, biscoitos e pães doces convidativos; artigos de mercearia. Ah, ao pagar a conta percebi ainda que todas as diversas opções de consumo ali disponíveis podem ser pagas com cartão!

Na barca!
Após o exercício descrito acima, me dirigi para o centro do Rio, onde tinha assuntos funcionais a tratar na SEE. Melhor opção: a velha Barca Rio X Niterói que tanto utilizei quando estudava na UFF e fazia iniciação científica no CPDOC da FGV. Recentemente, nas vezes em que eventualmente precisei me deslocar entre estas cidades, me utilizei dos catamarãs - mais rápidos. Assim, também me surpreendeu a "nova" barca que me transportou. Confortável e mais rápida - a viagem agora é feita em 13 minutos - tem até um café a bordo, onde teria garantido um bom desjejum, se já não tivesse passado pela experiência acima descrita.
Mas algo continua familiar: a presença marcante de mulheres bonitas na embarcação. De todos os tipos: jovens, de meia idade, e maduras; loiras (naturais e tingidas), morenas, muito brancas e negras; altas, magras, baixas e em "padrão renascentista". Um alumbramento! Todas tão próximas... e tão distantes. Ao contrário do blogueiro flaneur, para elas a viagem é mecânica, cotidiana. Algumas falam ao celular; outras leêm jornais, livros ou outras publicações; outras conversam com companhias diárias de viagem e há ainda as que escondem o sono matinal sob belos óculos escuros. Todas apressadas para a rotina ou compromissos importantes. A curta viagem não propicia mais do que rápidos olhares. Nenhum espaço para abordagem. Ah, como poderia ser bom se a barca fosse para Paquetá, e nenhum compromisso nos esperasse no destino...

Um comentário:

Diaqueline Diansey disse...

Caro Fábio,
como boa papagoiaba que me tornei, fico orgulhosa de saber que sua passagem pela cidade sorriso foi, com seu cavalheirismo peculiar, comentada em seu blog.
Na próxima vez que passar por aqui tomaremos o café da Beira - Mar, lá você poderá degustar de um excelente expresso e ver mais de perto a zona sul de minha cidade, e assim o convido a, de cafés em cafés, entender mais a realidade daqui.
Bem, terminando quero lhe apresentar um dos projetos de adoção que conheci, tal como o adote uma praça, sabe...
Pense com carinho...
Adote, pelo menos por um período, não só rostos e sorrisos, mais também, a minha linda cidade com o sentimento de torna-la sua segunda casa.
Saiba que pelo menos já lhe esta garantido um bom café... forte, quente e doce...

Um abraço.