Os vereadores de Campos - que liderados pelo Presidente da Câmara colocaram em suspeição o Promotor do MPF, Dr. Eduardo Oliveira - devem achar que somos todos idiotas.
A tentativa de associar o trabalho do Promotor, que já mostrou ser criterioso e sério em suas atribuições, a uma pretensa reação à Operação Segurança Pública S/A é um show de cinismo. Salvo exceções que não completam o número de dedos de uma mão, os edis locais não tem moral pra criticar o Procurador, que denuncia irregularidades que há muito ouvia-se no Boulevard e arrabaldes.
Independente da condenação e possíveis inegibilidades dos sócios de Mocaiber, o eleitor deve estar atento no pleito que se aproxima. O ideal é que, independente do número de cadeiras que prevaleça na próxima legislatura, possa haver uma ampla renovação da Câmara.
Afinal, pilantra por pilantra...
sábado, 31 de maio de 2008
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O populismo que veio de Campos para o Palácio Guanabara
Publicada em 30/05/2008 às 00h14m
O Globo
RIO - A primeira polêmica do controvertido período Garotinho no estado surgiu logo no processo eleitoral, em 1998. A aliança com o PT, que deu o tempo de TV e a estrutura necessários para a vitória do ex-governador Anthony Garotinho na disputa estadual, foi arrancada a fórceps. José Dirceu, que presidia o partido, chegou a intervir no diretório estadual para garantir a aliança com o PDT de Garotinho, sob protestos de petistas ligados à esquerda do partido.
Em 2000, rompeu com o PT e com Brizola. E começou a atravessar uma maré de denúncias - que marcaram sua gestão e a da mulher, Rosinha Garotinho, sua sucessora.
Ex-governador passou por quatro grandes partidos
Se não criou, Garotinho percorreu e movimentou quatro grandes legendas: PT, PDT, PSB e PMDB. As passagens pelo PDT e pelo PSB foram repletas de turbulências, assim como o desfecho das alianças eleitorais. Garotinho rompeu com Leonel Brizola, ao deixar o PDT, rumo ao PSB. Enquanto isso, a turma de Campos inaugurava a temporada de denúncias no governo: depois de pouco mais de um ano no cargo, alguns assessores foram envolvidos em denúncias de corrupção. A maioria pediu demissão, por orientação do então governador.
Nos primeiros dias da gestão Rosinha Garotinho, eleita no primeiro turno, um novo escândalo: o envolvimento de um de seus colaboradores em esquema de extorsão, remessa ilegal e lavagem de dinheiro, conhecido como Propinoduto. Há apenas nove dias no governo, ela decidiu exonerar Rodrigo Silveirinha, pivô do escândalo, da presidência do Conselho de Desenvolvimento Industrial do Estado, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
O governo Rosinha também foi chamuscado com a denúncia de um suposto envolvimento com o esquema de corrupção que derrubou Waldomiro Diniz, então assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu. Ex-presidente da Loterj Waldomiro, em conversa gravada com o empresário Carlinhos Cachoeira, que seria bicheiro, acertava contribuições mensais de R$ 150 mil para Benedita da Silva (PT) e Rosinha Garotinho, ambas candidatas à época ao governo do Rio. As duas negaram o envolvimento.
TRE condena casal Garotinho por abuso de poder político
Mergulhados nas eleições municipais de Campos, em 2004, Garotinho e Rosinha foram denunciados pelo Ministério Público Eleitoral. O programa Cheque Cidadão, distribuído pelo estado, foi usado como moeda de troca na cidade, por aliados do casal, que apoiava Geraldo Pudim (PMDB). Nas últimas eleições, com o apoio de Garotinho, Pudim foi eleito deputado federal.
A participação do casal na campanha foi novamente alvo da Justiça Eleitoral. Rosinha e Garotinho foram declarados inelegíveis pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por abuso de poder político, mas a decisão só poderá ser aplicada depois de julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Sempre de olho na repercussão de suas medidas administrativas, o governo Rosinha, com Garotinho de braço direito, chegou a empenhar, em um ano, R$ 100 milhões em campanhas publicitárias. Uma delas, no último ano de gestão, tentava imprimir ao governo a marca de ter realizado dez mil obras. A campanha informava que entre os governos de Garotinho (1999-2002) e Rosinha (2003-2006), o governo estadual tinha concluído este número de obras.
Reportagem publicada pelo GLOBO mostrou que muitas dessas obras jamais tinham sido concluídas ou sequer iniciadas. Algumas das ações contabilizadas eram pequenos reparos de manutenção em tubulações realizados pela Cedae em favelas. O Ministério Público abriu procedimento para investigar o caso e a campanha publicitária foi retirada.
No episódio mais dramático de sua passagem pelo poder estadual, Garotinho ficou 12 dias em greve de fome, em 2006, para protestar contra série de reportagens que mostravam a ligação entre empresas doadoras de sua campanha eleitoral à Presidência da República e ONGs que prestavam serviços ao governo Rosinha.
Greve de fome para protestar contra série de reportagens
Alvo das reportagens, iniciadas pelo GLOBO, o ex-governador se disse vítima de uma campanha dos grandes meios de comunicação e expôs diariamente seu protesto. Dormia na sede do PMDB, no Centro do Rio e chegou a ser internado, com desidratação. O partido, já dividido antes das denúncias, não deu legenda ao ex-governador. As empresas doadoras tinham sócios em comum com as ONGs contratadas pela Fundação Escola de Serviço Público (Fesp), do governo estadual.
Políticos com origem no interior do estado, Garotinho e Rosinha estavam até ontem eternizados em um banco de praça em São Fidélis, no Norte Fluminense. Por decisão judicial, com base na lei que impede homenagem com recursos públicos a pessoas vivas, as estátuas, lá desde dezembro de 2006, foram retiradas no mesmo dia em que foi anunciada a denúncia contra o ex-governador.
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