terça-feira, 25 de novembro de 2008

Repercussão

Repercute aqui no bloguinho a questão do desastre ecológico ocasionado pelo vazamento de 1,5 mil litros do pesticida Endosulfan, ocorrido na madrugada de ontem no rio Pirapetinga, afluente do Rio Paraíba do Sul, em Resende (RJ), proveniente de falha no descarregamento de um dos caminhões da Servatis - indústria de produtos químicos, em Resende.
Há vários comentários anônimos, creio que de um mesmo leitor, ao post abaixo.
A fim de não prejudicar eventual debate sobre o assunto ali abordado - que inclusive já conta com um comentário do Professor Gustavo Soffiati - vamos reproduzir no espaço destinado a comentários aqui as reproduções de matérias sobre o assunto postadas pelo leitor.

3 comentários:

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Matérias disponíveis na internet sobre o acidente ecológico no Paraíba, postadas como comentário neste blog por leitor anônimo:

"JORNAL O GLOBO(25/11/08)RIO - A Feema apura se o v... JORNAL O GLOBO(25/11/08)
RIO - A Feema apura se o vazamento do inseticida Endosulfan, no Rio Pirapetinga, afluente do Paraíba do Sul, foi maior do que os 1,5 mil litros informados pela indústria química Servatis. Na vistoria realizada na empresa, em Resende, os técnicos da Feema descobriram que a capacidade do caminhão de onde vazou o inseticida, durante o descarregamento do produto, era de 30 mil litros. No entanto, somente doze mil litros, misturados à água da chuva, foram recolhidos do dique de contenção da empresa. Segundo a Feema, levando-se em conta os danos causados ao Paraíba do Sul, o vazamento teria sido bem maior: até 10 vezes mais do que fora relatado pela empresa.

A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos informou que os técnicos da Feema, estimam em dez mil litros a quantidade de agrotóxico despejado no rio. Na tarde desta terça-feira, a Feema e a Comissão Estadual de Crimes Ambientais vão determinar o valor da multa que será aplicada na empresa, que pode ser superior a R$ 10 milhões.

- Se o volume fosse de apenas 1,5 mil litros, quando o Paraíba recebesse água de afluentes o veneno teria se diluído - disse a secretária.

A Secretaria estadual do Ambiente elabora neste momento os laudos sobre os impactos nos peixes do Paraíba do Sul, e estuda com o Ibama, a necessidade de criar um defeso (período de proibição temporária de pesca) emergencial para a recomposição das espécies afetadas e uma bolsa auxílio para os pescadores, já que eles poderão ficar impossibilitados de exercer suas atividades.

A pluma tóxica tem provocado mortandade de peixes nas cidades por onde passa. Orientados pelos técnicos, os municípios atingidos suspenderam temporariamente a captação de água até que a contaminação se reduza a um nível aceitável. Além disso, os técnicos também alertam para que não sejam consumidos os peixes mortos.

O limite tolerado pelo homem, de acordo com o Ministério da Saúde, é de 20 microgramas por litro. Já os peixes, são extremamentes sensíveis ao inseticida e suportam um limite de apenas 0,2 micrograma por litro. O monitoramento que vem sendo feito permite o acompanhamento preciso do andamento da pluma tóxica que, ontem, chegou às localidades de Itaocara, Pureza, Cambuci e Portela, onde as captações de água também já foram interrompidas.

Os últimos resultados revelam que, no momento em que a substância passa por uma determinada região, a contaminação é de 70 microgramas de endosulfan por litro. O limite tolerado pelo homem, segundo Portaria do Ministério da Saúde, é de 20 microgramas.

O estado vai entrar com uma Ação Civil Pública contra a Servatis.

Deputado entrega à polícia notícia crime contra indústria
O presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, deputado estadual André do PV, entregou nesta segunda-feira, ao delegado da DPMA Fernando Reis, notícia crime contra a indústria química Servatis , em Resende, que seria a responsável pelo vazamento do pesticida endosulfan no Rio Parapetinga, afluente do Paraíba do Sul, o que vem ocasionando a mortandade de toneladas de peixes. A notícia crime contém toda a documentação sobre o acidente, com fotos, dados completos do produto endosulfan 350 e seus efeitos no meio ambiente e em seres humanos.

A Feema, da Secretaria Estadual do Ambiente, iniciou nesta segunda-feira uma auditoria ambiental na Servatis A empresa foi interditada, na última sexta-feira, pela secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos.

O delegado da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) Fernando Reis disse que pode pedir a prisão dos responsáveis pela empresa.

- Se a negligência for provada, vou pedir a prisão dos responsáveis pela fábrica e pelo vazamento. Em primeira análise, parece ter havido negligência - disse o delegado, que confirmou que a Servatis e seus responsáveis foram indiciados pelo crime.

Em nota, a Servatis reconheceu ser a responsável pelo despejo acidental de produto tóxico usado na fabricação de inseticida, que acabou provocando mortandade de peixes.


JORNAL O DIA25/11/2008 14:39:00 Vazamento de pesti... JORNAL O DIA
25/11/2008 14:39:00

Vazamento de pesticida no Paraíba do Sul foi maior que informado pela empresa


Rio - A suspeita de que o vazamento do inseticida Endosulfan, no Rio Pirapetinga, afluente do Paraíba do Sul, foi maior do que os 1,5 mil litros informados pela Servatis, e está sendo apurado pela Feema.

Na vistoria realizada na Servatis, sediada em Resende, os técnicos da Feema descobriram que a capacidade do caminhão de onde vazou o Endosulfan, durante o descarregamento do produto, era 30 mil litros, no entanto, somente doze mil litros, ainda assim misturados à água da chuva, foram recolhidos do dique de contenção da empresa.

O vazamento, portanto, considerando os danos causados ao Paraíba do Sul, teria sido bem maior, estimado na avaliação dos técnicos, em até 10 vezes mais do que fora relatado pela empresa.

A Secretaria estadual do Ambiente está neste momento elaborando os laudos sobre os impactos na ictiofauna do Paraíba do Sul, e estuda com o Ibama, a necessidade de criar de um defeso emergencial visando dar prazo para à recomposição das espécies afetadas. A medida pode ser necessária uma vez que os pescadores venham a ficar impossibilitados de exercer suas atividades.

A pluma tóxica tem provocado mortandade de peixes nas cidades por onde passa. Orientados pelos técnicos, estes municípios atingidos têm suspendido temporariamente a captação de água, por medida de precaução até que a contaminação se reduza a um nível aceitável. Além disso, os técnicos também alertam para que não sejam consumidos os peixes mortos.

O limite tolerado pelo homem, de acordo com o Ministério da Saúde, é de 20 microgramas por litro, já os peixes, são extremamentes sensíveis ao inseticida e suportam um limite de apenas 0,2 micrograma por litro.

O monitoramento que vem sendo feito permite o acompanhamento preciso do andamento da pluma tóxica que, ontem, chegou às localidades de Itaocara, Pureza, Cambuci e Portela, onde as captações de água foram interrompidas.

Agência Estado A Secretaria Estadual do Ambient... Agência Estado

A Secretaria Estadual do Ambiente interditou nesta sexta-feira a empresa Servatis (em Resende, sul fluminense), responsável pelo vazamento de pelo menos 1.500 litros do pesticida Endosulfan no rio Pirapetinga, afluente do Paraíba do Sul, que contaminou o rio e provocou mortandade de peixes, na segunda-feira. A multa aplicada pela secretaria pode passar dos R$ 10 milhões.

Equipes da secretaria, da Secretaria de Rios e Lagoas (Serla), Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) e Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) vistoriaram nesta sexta-feirahoje o trecho do rio entre os municípios de Volta Redonda e Resende, coletaram amostras de água do Paraíba do Sul e constataram que o curso d'água está nos níveis aceitáveis para abastecimento, não oferecendo qualquer risco à saúde da população. A Servatis também foi vistoriada e irregularidades foram constatadas.

"O armazenamento de resíduos do pesticida Endosulfan está totalmente inadequado, representando risco iminente de vazamento para o meio ambiente. A empresa também responderá por omissão, uma vez que os proprietários não comunicaram o vazamento, em tempo hábil, às autoridades ambientais", disse a secretária do Ambiente, Marilene Ramos. Os diretores da empresa serão ouvidos semana que vem na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e podem ser indiciados por crime ambiental. O Estado não conseguiu encontrar os proprietários da empresa para falar sobre o acidente.

FOLHA DA MANHÃ(25/11/08)
Regiões
RISCO > CONTAMINAÇÃO

Alerta contra a mancha tóxica


RIO PARAÍBA - Produtos tóxicos derramados podem vir a comprometer a qualidade da águaO aparecimento de peixes mortos no rio Paraíba do Sul, em Itaocara, no Noroeste Fluminense, deixa os municípios de São Fidélis e Campos em alerta, depois do vazamento do produto tóxico organoclorado utilizado na fabricação de inseticidas de uma empresa de Resende, na semana passada. Apesar de não ter sido confirmada a presença do produto tóxico na região, a concessionária Águas do Paraíba, responsável pela distribuição em Campos, enviou amostras da água para análise em um laboratório internacional credenciado pela Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema). Caso o resultado, que deverá ser divulgado hoje no final da manhã confirmar a toxicidade da água, a empresa não afasta a possibilidade de utilizar poços artesianos da antiga Usina Queimado e Donana, para garantir o abastecimento.
Em Itaocara, no Noroeste Fluminense, após a chegada do resíduo incolor às 5h, biólogos do Projeto Piabanha e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recolheram do rio para exame de toxicidade, peixes de cerca de 100 espécies, como dourado, piabanha, curumatã, piau branco e vermelho, robalo, tainha e lambari, entre outros, que estão no período de defeso.
- Esse é um acidente que ocorre durante a reprodução. Os danos são incalculáveis para a fauna. Vamos elaborar um relatório que apontará as espécies mais prejudicadas - adiantou o biólogo Guilherme de Souza.
O abastecimento no município foi suspenso por medidas de precaução, e a Feema coletou amostras da água para análise. O resultado deverá ser divulgado ainda hoje.
Já em São Fidélis, pescadores estão monitorando a situação. Até ontem no início da noite, não havia indícios de poluição no rio. Segundo o presidente da Colônia de Pescadores, Joacir Ferreira Gonçalves, caso seja confirmada a contaminação da água, a comunidade pesqueira evitará de trabalhar nos próximos dias. "Por enquanto não temos orientação de suspender nosso trabalho, mas poderemos interrompê-lo se o produto tóxico chegar ao nosso município", disse.
Em Campos, a concessionária Águas do Paraíba está monitorando a captação de água, com testes de hora em hora para identificar as partículas sólidas. De acordo com o supervisor de produção da empresa, Roberto Gonçalves, não há riscos de contaminação. "A água distribuída à população passa por diversos processos, entre eles, captação, flucolação, fluoretação, filtração e distribuição", explicou. Já a técnica em química da concessionária, Mirian Jorge, monitora a turbidez, coleta da água bruta, vazão, filtros e o PH. "Temos ainda o teste de degustação, para verificar se a água apresenta cheiro", destacou.
A secretaria municipal de Meio Ambiente e a Defesa Civil acompanham o problema através de informações passadas pela Feema e Águas do Paraíba. O secretário Carlos Ronald Arêas não afastou a hipótese de acionar judicialmente os responsáveis se ocorrerem estragos. "Pouco podemos fazer, a não ser monitorar a situação, e adotar medidas para que os danos sejam reparados", concluiu Arêas."

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Mais um comentário, provavelmente do mesmo anônimo ambientalista, sobre o assunto:

" Se me permite, já fiz inclusive citação em outro b... Se me permite, já fiz inclusive citação em outro blog, abordando o mesmo assunto, que a promessa de Garotinho quando no cargo municipal pela primeira vez, era para a captação de água das vertentes do Imbé.
Ainda, se me permite, em seu comentário das 16:48, faltou citar a assunção do casal ao Governo do Estado, onde tiveram amplos poderes para resolver a questão.
Obrigado."

Anônimo disse...

Caros, aproveito a OPORTUNIDADE, se vocês me permitirem, para lamentar a respeito de mais um desastre ecológico envolvendo o Rio Paraíba.

Eu me lembro que 1988(Muda Campos; Garotinho eleito prefeito)houve a proposta - plano de governo - de que a água seria captada de outro lugar(deixaria de ser do Paraíba).

Garotinho foi eleito; elegeu Sérgio Mendes; Garotinho volta a ser prefeito e deixa a prefeitura, Arnaldo assume e ganha a eleição, elege Carlos Alberto(cassado); Mocaiber assume; Rosinha ganha a eleição.
Bem, contando assim foi rápido, porém isso foi em 1988(há 20 anos)e até hoje estamos esperando a ruptura com o Rio Paraíba.

Passaram-se vários problemas(está chegando outro)e continuamos com o Paraíba.

Certamente, é um desejo de grande parte da população ter acesso a uma água de melhor qualidade.

Considero importante esse espaço para externar a minha preocupação.

Desejo que outras pessoas reflitam sobre isso e peço que pessoas do nível de Luciano D'Ângelo e Sofiatti busquem uma mobilização popular para a solução desse grave problema.

Citei Luciano e Sofiatti porque os dois têm reserva moral para levantar qualquer bandeira.
Obrigado pela atenção!



Esse foi o meu texto inicial; não tenho nenhuma intenção de partidarizar o assunto; até porque tenho certeza de que essa questão merece uma participação mais abrangente.


Hoje, temos que mobilizar a sociedade.

Tenho certeza de que as pessoas citadas estão muito atentas a
esse assunto.

Obrigado pela atenção!