domingo, 22 de fevereiro de 2009

Na Vitrola

Hiato no silêncio, para dividir com quem interessar possa a audição. Uma jóia do Paulinho da Viola, o Príncipe do samba. Obra prima. Oportuna no tríduo momesco. Bebadosamba!

Um mestre do verso, de olhar destemido,
disse uma vez, com certa ironia :
"Se lágrima fosse de pedra
eu choraria"
Mas eu, Boca, como semrpe perdido
Bêbado de sambas e tantos sonhos
Choro a lágrima comum,
Que todos choram
Embora não tenha, nessas horas,
Saudade do passado, remorso
Ou mágoas menores
Meu choro, Boca,
Dolente, por questão de estilo,
É chula quase raiada
Solo espontâneo e rude
De um samba nunca terminado
Um rio de murmúrios da memória
De meus olhos, e quando aflora
Serve, antes de tudo,
Para aliviar o peso das palavras
Que ninguém é de pedra

2 comentários:

Danielle Manhães disse...

Paulinho da Viola... ótima pedida pra esse domingo de carnaval!!!


PS.: Por falar em domingo... cadê a "série" + poesia no bloguinho???


Bjs!

=)

Gustavo Landim Soffiati disse...

Aprovado!
Coincidentemente, outro dia passei a mão nesse CD, que integra minha coleção.
Aproveitando o título da nota publicada abaixo desta, lembrei-me de "Para ver as meninas", também de Paulinho da Viola - talvez uma boa forma de expressar o inferno astral por que vêm passando nossos blogs:

"Silêncio, por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito"

Um abraço.