Nova Câmara

Matéria na edição dominical d'O GLOBO, traçou um perfil da Nova Câmara de Vereadores carioca, constatando que não há mudanças substanciais na nova composição da Gaiola das loucas.
A mesma constatação vale pra Campos. Utilizando a classificação proposta pelo matutino carioca, em termos comparativos, teríamos o seguinte perfil do Legislativo local:

DONOS DE CENTROS SOCIAIS:
Detentores de cerca de 30% das cadeiras cariocas (15), em Campos não tem representantes. Ao menos, o único Vereador que eu tinha conhecimento que mantinha instituição com tais características em Guarus teve vaga cassada por seu partido e acabou apoiando a reeleição de um colega. Sei que outros parlamentares mediavam convênios com a Prefeitura subsidiando entidades com algum trabalho "social". Mas não é explícito como no caso dos cariocas, e seus perfis se encaixam melhor em outras classificações.

DE OPINIÃO:
No Rio são 11, cerca de 21,5%. Em Campos, apenas Renato Barbosa tem esse perfil (6%). O vereador do PT, que retorna à Câmara, tem base eleitoral na sua corporação, em sua comunidade religiosa e em outros segmentos.

REPRESENTANTES DE CATEGORIA/ MOVIMENTOS SOCIAIS/ GRUPOS:
No Rio também são 11 (21,5%). Aqui serão 10, quase 60% da Casa:
Marcos Bacellar (PTdoB). Atual Presidente da Casa, origem sindical, vereador mais votado.
Vieira Reis (PRP). Ex-deputado. É da Igreja Universal.
Dante (PDT). Médico, próximo a Arnaldo Vianna, em sua primeira eleição teve muitos votos por sua atuação como médico na rede municipal. Contou com o apoio do Vereador Alvaro César.
Gil Vianna (PSDC). Base na corporação da PM, da qual faz parte.
Magal (PMDB). Forte liderança popular em Guarus (volta a Câmara).
Abdu Neme (PSB). Ex-médico de Garotinho, com quem rompeu para apoiar Mocaiber, teve sobre o comando de sua esposa programas sociais do Governo do Estado. Segundo vereador mais votado, teve o apoio do Verador Nildo Cardoso.
Jorginho Pé no Chão (PTdoB). Liderança expressiva na baixada, contou ainda com o apoio do empresário Ari Pessanha, forte cabo eleitoral na mesma região.
Kelinho (PR). Afilhado político do Deputado João Peixoto, cresceu sua base no segmento evangélico.
Papinha (PP). Talvez pudesse estar na classificação "fenômeno eleitoral". Com experiência de cabo eleitoral de outros políticos com mandato em Travessão, tentou voô próprio e recebeu forte apoio da comunidade local.
Ederval Venâncio (PDT)(?). Vereador mais antigo de Campos - e 2º mais antigo do país - sua permanência na Câmara depende do julgamento definitivo do recurso de Ilsan Vianna. Também tem base em Travessão. Vereador mais votado em 2004, viu sua votação reduzida a aproximadamente 1/3 nesse pleito. O fenômeno Papinha deve ter contribuído para este decréscimo.

HERDEIROS POLÍTICOS:
No Rio são 8, cerca de 15,5%, com destaque para a campista Clarissa Garotinho. Em Campos são 3 e podem ser 4 (de 18 a 23%):
Nelson Nahin (PMDB). Irmão de Garotinho, deve ser de novo Presidente da Câmara.
Dona Penha (PPS). Mãe do ex-Deputado José Cláudio, volta a Câmara para mais um mandato.
Rogério Matoso (PPS). Vereador de primeiro mandato, é filho da ex-Secretária de Promoção Social Ana Regina Fernandes.
Ilsan Vianna (PDT) (?). Ex-mulher do Deputado Arnaldo Vianna, recorre contra a impugnação do seu registro, por perda de prazo no afastamento da APIC.

FENÔMENO ELEITORAL:
No Rio, 1 representante, algo em torno de 2%; aqui, também 1 vereador, cerca de 6% do parlamento.
Albertinho (PP). Liderança em Guarus, conseguiu se eleger em sua terceira candidatura, na 3ª sobra. Vereador com menor votação, 2.580 votos.

LIGADOS À ESTRUTURA DA MÁQUINA:
No Rio, 5 vereadores, cerca de 10%; aqui, 2 vereadores, quase 12%.
Altamir Bárbara (PSB). Ex-Secretário de administração, comandou a contratação de milhares de terceirizados através da Fundação José Pelúcio e da empresa Facility.
Jorge Rangel (PSB). Ex-Secretário de Limpeza Pública, gerenciava os serviços contratados por cerca de 4,5 milhões por mês à Vital Engenharia (Grupo Queiróz Galvão).