Terminou na noite de ontem a greve dos bancários, que se estendeu por quinze dias.
Os trabalhadores arrancaram da FENABAN um aumento de 10%; garantia de aumento real de salários para toda a categoria e um novo modelo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que, após cerca de dez anos sem alteração, passou a ser de 90% do salário, mais a parcela fixa de R$966 (em 2007 era 80% do salário, mais valor fixo de R$878).
Além disso, asseguraram a manutenção de conquistas importantes de direitos históricos da categoria que os bancos estavam decidos a retirar do acordo: a Fenaban queria que o desconto de 4% do vale-transporte passasse a ser sobre a remuneração total e não mais sobre o salário básico, além de reduzir o pagamento do auxílio-creche de 83 para 71 meses e ainda diminuir a estabilidade pré-aposentadoria de dois para um ano. Com a resistência dos negociadores do Comando Nacional de Greve e da Contraf-CUT, nenhuma destas cláusulas foi alterada!
Apenas permanecem em greve os companheiros da Caixa Econômica Federal, que pretendem negociar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de forma diferenciada, além de outros aspectois da proposta da direção do banco.
PELO DIREITO DE GREVE!
Em Campos o movimento foi forte, fechando as principais agências e gerando uma intervenção truculenta da Polícia Militar, auxiliando gerentes de agências locais, principalmente do Banco Itaú, na coação aos trabalhadores grevistas.Os incidentes se concentraram na agência do Itaú na Rua Santos Dumont, com maior tensão na tarde de segunda e na manhã de terça. Os representantes patronais reivindicavam um Interdito proibitório concedido pelo Juiz do Trabalho em Campos para pressionar os trabalhadores com auxílio da PM, que, questionada por representantes do Movimento em defesa dos Direitos Humanos, por meio de seu Comandante, alegou que as ações se restringiam a "garantir o direito de ir e vir", evitando que os piquetes criassem constrangimentos aos bancários que desejassem trabalhar. Na prática, o que se viu segundo depoimentos de sindicalistas e militantes dos Direitos Humanos, foi uma ação articulada de agentes da PM atendendo a solicitações dos gerentes da agência que pressionavam grevistas, inclusive com uso de violência na tarde de segunda.
O episódio, para além das conquistas obtidas pelos companheiros na luta, deve motivar uma reflexão do Movimento Sindical no sentido da defesa do Direito de greve e do debate sobre sua regulamentação.
FOTO: Phillipe Moacyr(O Diário)
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
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Um comentário:
É de se lamentar que ainda possamos assistir em nossa sociedade senas que nos remetem aos anos sombrios da DITADURA MILITAR. A greve dos bancários foi pautada dentro da LEI DE GREVE, o trabalho desenvolvido pelo sindicato para conscientizar os trabalhadores a “cruzarem os braços” e aderirem ao momento foi bastante tranqüilo, pois a adesão da categoria foi muito forte. A novidade nesse movimento veio por conta do novo artifício usado pelos gerentes de algumas agencias bancárias, onde o aparelho celular serviu como instrumento de assedio aos funcionários. Através deste aparelho os “gerentes” ficavam o tempo todo fazendo ameaças aos funcionários para voltarem ao seus postos de trabalho.
No final sindicato e categoria saíram vitoriosos, no aspecto econômico e no fortalecimento da unidade da categoria.
É importante lembra que a sociedade já se organiza no sentido de banir atitude grotescas contra trabalhadores em greve: CUT, OAB, juízes federais e da Justiça do Trabalho defendem a criminalização das práticas anti-sindicais. http://www.cut.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=11106
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